Olá! Hoje é segunda-feira, 14 de agosto, meu nome é Liara Simon, sou Gerente de Setor na Gerag e trago a vocês as expectativas da equipe de inteligência competitiva do Agronegócio do Banco do Brasil para o movimento de preços no curto prazo para as commodities soja, milho, café e boi gordo.
Iniciamos nosso panorama pela soja.
Após a divulgação do relatório de oferta e demanda do USDA, o mercado irá processar os dados. Mesmo com a diminuição na produção final estadunidense, a grande oferta de soja brasileira seguirá equilibrando o estoque global, até a entrada da colheita nos EUA, já em setembro.
A melhora recente das condições das lavouras e manutenção do bom quadro climático nos EUA, vão garantindo uma produção dentro da média histórica. Os mapas atualizados pela Agência Serviço de Meteorologia dos Estados Unidos (NOAA), para os próximos 07 dias, preveem bons volumes de chuvas e menores temperaturas nos principais estados produtores. No financeiro, seguem as atenções aos indicadores das principais economias, bem como as informações do macro cenário diante da aversão ao risco. Ainda no radar, os desdobramentos sobre o possível novo acordo de exportação pelo Mar Negro.
Diante dos dados previsíveis do relatório do USDA, o mercado doméstico seguirá pressionado negativamente pelas cotações da CBOT. Assim, as cotações trabalharão com viés de baixa no curto e médio prazo.
Em relação ao milho, a divulgação do relatório de oferta e demanda do USDA poderá trazer volatilidade aos futuros na Bolsa de Chicago. O mercado externo espera um corte na produtividade e os preços podem reagir conforme a indicação do órgão americano, caso venham estimativas conservadoras ou reduções acima do esperado.
A previsão climática para os próximos dias indica precipitações dentro da normalidade em quase todo cinturão produtor nos EUA, favorecendo as lavouras no campo, que se encontram em sua maioria na fase reprodutiva, onde a necessidade hídrica é elevada.
A Conab divulgou seu 11º Levantamento de Safra 2022/23 no último dia 10, elevando a produção total de milho em 2,08 mi t, agora estimada em 129,43 mi t. O aumento do volume a ser produzido é oriundo da 2ª safra, com nova estimativa de 100,18 mi t. Com a revisão, o estoque final foi estimado em 10,52 mi t, aumento de 25,84% em relação à estimativa de julho.
Neste contexto, os preços internos podem apresentar alguma volatilidade, seguindo o comportamento externo. Entretanto, a elevada produção e o avanço da colheita são capazes de manter as cotações pressionadas negativamente.
Para o café, relatório da OIC de julho, confirma trajetória de redução das exportações nas diversas origens, com a exportação global reduzindo-se 6,7 % em relação a igual período do ano anterior.
Evidenciado no mesmo relatório, o aumento de participação do robusta nas exportações globais, elevando seu share a 40,3% das exportações no período de out/22 a jun/23, ante 36,6% no mesmo período há 1 anos atrás.
Federação Nacional dos Cafeicultores da Colômbia relata queda de 17% nas exportações do país em julho, 846 mil sacas, ante mesmo período do ano anterior.
Clima na semana ainda sem informações firmes de precipitação na segunda dezena do mês de agosto, favorecendo a finalização da colheita, mas podendo estimular preocupações com florada da safra 24.
Estoques Ice NY e Londres sem grandes alterações, mas ainda sem evidenciar recuperação. Menor estoque em 8 meses no arábica, a 527.842 sacas e de robusta a 5017 lotes, o menor desde 2016.
Estes dados de menor exportação em diversas origens têm contribuído para limitar perdas nos preços, apesar da oferta iminente do café brasileiro, e a ainda incerta safra 24 Brasil, onde o fator climático deve influenciar nos preços até sua efetivação.
E finalizando com o Boi Gordo temos: o preço da carne bovina no mercado internacional vem acumulando queda no decorrer do último ano, afetando as receitas dos frigoríficos exportadores, fato que leva a indústria a pressionar negativamente os valores da arroba do boi gordo. Além da taxa de câmbio, que, por si só, pressiona o valor pago pelo importador, com a desvalorização do Yuan, a China, principal destino da carne bovina brasileira, passou a renegociar os contratos de importação, baixando os preços em dólar da carne bovina.
Para o pecuarista, em especial para a atividade de confinamento, tanto os custos de nutrição animal, quanto os custos de reposição estão em queda no decorrer do ano. O custo de nutrição cai a medida em que os preços de milho, sorgo e soja, utilizados na alimentação, passam a recuar no mercado doméstico. Mesmo assim, o cenário é desafiador para o 2º sem/23, pois a tendência de preços pressionados permanece. Assim, faz-se necessário gerenciar os custos e mitigar o risco da atividade para se obter um resultado satisfatório no empreendimento.
A indústria, com escalas confortáveis, deve seguir cadenciando as compras. Assim, os preços, já enfraquecidos, tendem a permanecer sem grandes oscilações. O recebimento de salário e o aumento na demanda devido ao Dia dos Pais pode trazer variação positiva no preço da arroba, ao menos no curto prazo.
Desejamos a todos os nossos clientes uma excelente semana, bons negócios e até a próxima!