Olá! Hoje é segunda-feira, 15 de maio, meu nome é Mariana, assessora na Diretoria de Agronegócios e trago a vocês as expectativas da equipe de inteligência competitiva do Agronegócio do Banco do Brasil para o movimento de preços no curto prazo para as commodities soja, milho, café e boi gordo.
Iniciamos nosso panorama pela soja. O mercado deverá processar os números apresentados pelo relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), com dados preliminares da produção global 2023/24. Há expectativa de elevação da oferta (crescimento em área e produção), tanto nos EUA quanto na América do Sul.
O plantio nos EUA seguirá avançando com ritmo acima da média. Estão previstas chuvas para as áreas produtoras do cinturão agrícola, que contribuirão para bom desenvolvimento das lavouras. Nos estados localizados na Região Norte, a temperatura se elevará, favorecendo as condições de solo para o plantio.
No Brasil, a colheita já encerrou nos principais estados produtores, avança no RS e MA, encaminhando-se para o fechamento, que deverá confirmar a safra recorde.
Com a comercialização da safra ainda atrasada e cotações em baixa, os sojicultores deverão permanecer fora do mercado, negociando apenas o necessário. A pressão na logística brasileira diminuiu, no entanto, a CBOT exercerá pressão adicional aos preços internos. Assim, para o mercado doméstico espera-se preços pressionados negativamente tanto paro o curto quanto para o médio prazo.
Em relação ao milho, as repercussões referentes às estimativas do relatório de Oferta e Demanda do USDA, a serem divulgados nesta sexta-feira (12), poderão trazer viés de baixa nos preços na CBOT. Somado a isso, pressão adicional poderá vir também do plantio de milho norte-americano, que segue em ritmo elevado em relação ao mesmo período da Safra 2022/23 e previsões climáticas favoráveis para a próxima semana, que indicam manutenção do bom ritmo da semeadura.
A Conab apresentou, no último dia 11, seu 8º Levantamento de Safra 2022/23, referente ao mês de maio. As estimativas trouxeram incremento de 656 mil toneladas na produção final, agora estimada em 125,53 milhões de toneladas. Os estoques finais brasileiros foram projetados em 8,18 milhões de toneladas, 8,6% superior ao apontado no mês passado. Essa revisão, mesmo que tímida, colabora com a expectativa do mercado para uma produção recorde, especialmente na 2ª safra.
Com compradores ainda retraídos e uma possível desvalorização nos preços em Chicago, o preço físico interno pode continuar em movimento baixista, seguindo a paridade de exportação.
Para o café, ausência de adversidades climáticas, como frio intenso e chuvas, mantêm expectativa favorável ao início de colheita nas áreas de arábica do Sudeste.
Políticas de elevação de juros e combate à inflação desestimulam antecipação de compras em função do custo de carregamento de estoques e prevalência de mercado invertido.
Vendas pontuais de remanescente de safra para cobertura de custos de colheita e demanda restrita favorecem horizonte de retração de preços no curto prazo.
O avanço da colheita brasileira deve pressionar preços, haja vista previsões que variam entre 62 e 67 milhões de sacas de café arábica e que recentemente têm sido revisadas para cima por algumas fontes.
Por outro lado, os estoques certificados na ICE mantém movimento de redução e evidenciam estoques baixos em países produtores e consumidores, o que mantém preocupação com volatilidade de preços.
A dificuldade para contratação de mão-de-obra para as áreas não mecanizadas deve elevar os custos de colheita.
Neste contexto, esperam preços físicos em movimento de desvalorização no curto e médio prazo.
E finalizando com o Boi Gordo temos: A recente valorização do real frente ao dólar e a queda no preço da carne bovina no mercado internacional trazem pressão baixista adicional aos valores da arroba, pois desestimulam os frigoríficos exportadores a pagar preços mais robustos aos pecuaristas.
No médio prazo, entre os períodos de junho e julho, a tendência é haver menor oferta de animais, uma vez que ocorre a transição entre safra e entressafra. Assim, é possível que haja uma modesta reação pontual no preço do boi gordo, porém sem expectativa de movimento altista expressivo na cotação da arroba.
Para a próxima semana, a indústria, com a programação de abate relativamente confortável e com a boa disponibilidade de animais terminados, deve buscar negociar pontualmente e ofertar valores abaixo da referência a fim de melhorar suas margens, o que pode resultar em manutenção do movimento de desvalorização da arroba bovina.
Desejamos a todos os nossos clientes uma excelente semana, bons negócios e até a próxima!