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Olá! Hoje é segunda-feira, 17 de abril, meu nome é Rosilene Roos, assessor na Diretoria de Agronegócios e trago a vocês as expectativas da equipe de inteligência competitiva do Agronegócio do Banco do Brasil para o movimento de preços no curto prazo para as commodities soja, milho, café e boi gordo.
Iniciamos nosso panorama pela soja.
Nos EUA, o plantio da safra de milho e o clima podem gerar impacto sobre a área projetada de soja 23/24. O mercado externo sofrerá influência dos dados apresentados pelo USDA, principalmente de oferta. A quebra da safra da ARG e as perspectivas iniciais de plantio da safra dos EUA, nos fundamentos, são os temas de maior relevância e impacto na CBOT, ambos apresentando viés de estabilidade.
No Brasil, o atraso na comercialização da Safra 22/23, somado aos problemas na infraestrutura de logística, devem continuar exercendo pressão negativa nas cotações. A colheita entra na fase final e deverá ter menor evolução em função das chuvas previstas para a maioria dos estados produtores na 2ª quinzena do mês. Os prêmios negativos para os meses de abril e maio são reflexos desses fatores e depreciam em mais de US$1,20/bushel, frente à CBOT. Com as cotações internas nas mínimas dos últimos dois anos, os sojicultores deverão permanecer fora do mercado. A pressão na logística tende a diminuir, encurtando o tempo de espera nos portos, melhorando os prêmios ofertados. Assim, o mercado interno seguirá com estabilidade para o curto e médio prazo. Segue atenção ao programa de importação chinesa.
Em relação ao milho,
O plantio de milho norte-americano chegou a 3%, conforme relatório de progresso de safra do USDA em 10/04. Importantes estados produtores, pertencentes ao cinturão de milho, como Iowa, Illinois e Nebraska ainda não iniciaram a semeadura. Com previsões climáticas favoráveis para os próximos dias no leste do cinturão, com aumento de temperatura no solo, levando a boas condições de plantio, as cotações no mercado externo podem oscilar negativamente, refletindo as boas perspectivas para o início da safra nos Estados Unidos.
De acordo com a Conab, até o dia 08/04, a colheita da 1ª safra havia atingido 51,2% da área total. Este volume colhido tem pressionado as cotações internas nas últimas semanas.
Para os próximos dias, as previsões climáticas apontam precipitações em volumes suficientes para favorecer o desenvolvimento e floração dos cultivos nos principais estados produtores da 2ª safra de milho. Os consumidores, retraídos nas compras e a maior disponibilidade interna do grão, podem levar a manutenção do aperto nas cotações, mantendo os preços nos patamares atuais com viés de baixa.
Para o café,
Projeção de safra brasileira 2023 pela consultoria Safras e Mercado em 66,65 milhões de sacas, acima das previsões iniciais, evidencia visão mais otimista da safra brasileira a ser colhida. Precipitações abundantes ocorridas no verão favoreceram o desenvolvimento de ramos e projetam, até o momento, potencial positivo para a safra BR a ser colhida em 2024. Neutralidade climática El Niño no trimestre ameniza preocupações com inverno e frio intenso no momento de amadurecimento de grãos e início de colheita.
Preocupações com a oferta no curto prazo mantém volatilidade e pressão positiva nos preços ante a proximidade da colheita de meio de ano no Peru, Indonésia, Brasil e 2ª safra colombiana;
Produtor com estoque remanescente indicando negociar face aos preços positivos atingidos na semana anterior em NY e a proximidade da colheita, com o surgimento de projeções mais positivas para a safra brasileira e fundos ajustando carteiras poderão exercer pressão baixista às cotações do grão na semana.
Com set/24 cotado acima de 190 centavos de dólar por libra peso, possível maior disponibilidade na Safra 23/24, além de taxas de juros em nível elevado, oferecem ao produtor oportunidade de assegurar margem positiva e ganhos financeiros, no momento.
E finalizando com o Boi Gordo ressaltamos que:
O consumo de carne bovina é sazonalmente menor na segunda quinzena do mês, em decorrência do menor poder aquisitivo da população. Dessa forma, espera-se uma reposição mais lenta entre o varejo e o atacado, com reflexo nas escalas de abate.
Face a este movimento, as escalas tendem a permanecer alongadas e confortáveis ao comprador, haja vista a maior disponibilidade de animais para o abate e o consumo interno mais arrefecido neste período do mês. Assim, a tendência é que a indústria siga em vantagem nas negociações, resultando em menores preços ofertados e viés de baixa às cotações do boi gordo. Além desses fatores, a valorização do real frente ao dólar e a queda no preço da carne bovina no mercado internacional, impactam diretamente o segmento exportador, que acaba pressionando negativamente as ofertas pela arroba.
Desejamos a todos os nossos clientes uma excelente semana, bons negócios e até a próxima!