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Olá! Hoje é segunda-feira, 17 de julho, meu nome é Luis Cassol, Assessor na Diretoria de Agronegócios e trago a vocês as expectativas da equipe de inteligência competitiva do Agronegócio do Banco do Brasil para o movimento de preços no curto prazo para as commodities soja, milho, café e boi gordo.
Iniciamos nosso panorama pela soja. Na semana, o mercado já terá precificado os dados do relatório de oferta e demanda (WASDE) divulgados pelo USDA. Agora, o comportamento do clima para o desenvolvimento das lavouras ganhará mais relevância no direcionamento das cotações na CBOT. Os últimos boletins climáticos divulgados pela NOAA (Agência Serviço de Meteorologia dos Estrados Unidos) indicam que nos próximos 10 dias, as temperaturas nas regiões produtoras de soja podem ficar acima da média, enquanto as chuvas são esperadas dentro da normalidade. O mercado seguirá acompanhando os boletins semanais de desenvolvimento das lavouras do USDA. A expectativa é que, com a piora das condições previstas para os próximos dias (altas temperaturas), a qualidade nos índices das lavouras recue, com reduções de produtividade e produção nos EUA (fator altista).
Com as cotações do mercado físico em movimento de alta, os sojicultores deverão aproveitar as oportunidades de mercado para negociar parte de sua produção. Ainda com um grande volume a ser comercializado e os preços internos favorecidos pelo cenário externo, espera-se uma semana de maior liquidez e preços em estabilidade para o curto prazo e baixa para o médio prazo.
Em relação ao milho, o USDA apontou para melhora das condições entre boas e excelentes das lavouras americanas em relação à semana anterior. Variação positiva de 4% pontos percentuais, sendo considerado 55% nesta classificação, refletindo melhora climática dos últimos dias. De acordo com o órgão, 22% da safra encontra-se em fase reprodutiva da cultura (embonecamento e polinização). Volumes razoáveis de precipitações são esperados para os próximos dias, podendo beneficiar as condições das lavouras e consequentemente pressionar os futuros na CBOT.
A proximidade do vencimento do acordo de escoamento de grãos no Mar Negro entre a Rússia e Ucrânia (17/07) e a sinalização do país russo em não renovar o acordo poderão trazer maior volatilidade às cotações no mercado externo, em meio às tratativas entre os países.
No Brasil, o clima continua favorável para a colheita da 2ª safra, principalmente no Centro-Oeste. Com o produtor optando em avançar na comercialização da soja em detrimento do milho, o mercado interno pode seguir em movimento lateralizado, como foi observado nos últimos dias.
Para o café, inverno ameno, sem mínimas acentuadas e precipitação que afete o ritmo da colheita tende a manter o bom fluxo da colheita brasileira.
Mesmo com os estoques reduzidos no momento, o que afeta a exportação, há expectativa de queda nos preços no começo da venda da safra, com o produtor tendo de negociar a valores menos vantajosos, movimento intensificado e influenciado pelas boas projeções para safra BR 23/24 (caso o clima se mantenha favorável).
Espera-se, com isso, preços pressionados negativamente a medida em que aumente o volume de café disponível da safra brasileira, o que já vem ocorrendo e tende a se intensificar.
E finalizando com o Boi Gordo temos: A China vem encontrando dificuldades para impulsionar sua economia. Com isso, a desvalorização da moeda chinesa pode refletir negativamente nos embarques de carne bovina, desestimulando a indústria exportadora a ofertar valores mais robustos pela arroba. O preço da tonelada da carne bovina continua recuando no mercado internacional e o gigante asiático não vem dando sinais de ofertar um valor melhor pelo produto. Algumas unidades frigoríficas tendem a trabalhar com a capacidade ociosa elevada, com o objetivo de manter a produção ajustada para a necessidade do curto prazo.
A oferta de animais provenientes do sistema intensivo ainda será limitada durante o mês de julho, com aumento a partir de agosto. Desta forma, no curto prazo esperam-se preços de estáveis a mais altos. Já no médio prazo, esperam-se cotações mais baixas a devido ao maior volume de animais prontos para o abate provenientes do sistema de confinamento.
Desejamos a todos os nossos clientes uma excelente semana, bons negócios e até a próxima!