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Olá! Hoje é segunda-feira, 18 de setembro, meu nome é MATHEUS PEREIRA DE QUEIROZ e trago a vocês as expectativas da equipe de inteligência competitiva do Agronegócio do Banco do Brasil para o movimento de preços no curto prazo para as commodities soja, milho, café e boi gordo.
Iniciamos nosso panorama pela soja. O mercado parece já ter precificado a safra dos EUA e começa a olhar para a produção da safra sul-americana na temporada 2023/24, que deverá trazer uma oferta de soja disponível maior em relação a última temporada, principalmente na Argentina. Problemas na fase de colheita da safra nos EUA ainda podem trazer pequenos movimentos de alta até a conclusão sua safra. O clima ainda é adverso e segue com temperatura acima do normal e chuvas irregulares, principalmente nos estados localizados nas regiões do centro e centro-norte do meio oeste dos EUA.
O cenário macroeconômico permanece no radar dos grandes players (aversão ao risco), assim como, os indicadores das principais economias que geram pressão sobre os mercados das commmodities de modo geral. Desdobramentos da geopolítica, tais como, o acordo de exportações pelo Mar Adriático e as tensões sobre Taiwan podem causar distorções nos mercados.
O quadro de viés negativo das cotações permanece, indiferentes aos cortes do USDA. A percepção de safra volumosa na América do Sul começa a ganhar espaço. Assim, as cotações trabalharão com viés de estabilidade para o curto prazo e de baixa para o médio prazo.
Em relação ao milho, a colheita nos Estados Unidos atingiu 5% da área, de acordo com seu departamento de agricultura. O ritmo está 1% acima do que a média dos últimos cinco anos. A previsão climática para os próximos dias indica temperatura acima do normal e pouca precipitação, podendo contribuir para o avanço da colheita no país. Para a Safra 2023/24, o USDA estimou produção global do cereal em 1,21 bilhões de toneladas, que seria a segunda maior safra da história, ficando atrás do período 2021/22. Na avaliação de especialistas, o órgão pode ter sido otimista demais nestas estimativas.
As exportações do grão seguem aquecidas no Brasil. A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) estimou que em setembro o volume tem potencial de atingir 10,69 milhões de toneladas. Caso se confirme, seria um novo recorde para um único mês, superando o volume observado em agosto deste ano.
Com o início da colheita norte-americana, que exerce pressão negativa no mercado externo, somado a necessidade de avanço na comercialização pelo produtor brasileiro, podem levar a um maior enfraquecimento nos preços físicos no curto prazo.
Para o café, Os estoques certificados na ICE New York e ICE Londres permanecem baixos;
A previsão climática até o final do mês de setembro indica, até o momento, tempo seco e temperaturas elevadas com picos de até 39-40ºC em algumas regiões cafeeiras, o que supera níveis adequados para a cultura do café em épocas de floração e pegamento de florada; A competitividade do canéfora brasileiro e seu menor uso em blends favorece as exportações do produto no mês, ante a menor disponibilidade de produto asiático, com preços acima de US$2.400/t. A safra vietnamita inicia em out/2023;
As primeiras análises dos resultados da safra 23 sugerem volume superior às safras 22 e 21. No entanto, a heterogeneidade entre regiões, com áreas de alta representatividade na produtividade este ano, como o Cerrado Mineiro, devem, com a bienalidade, apresentar resultado inferior na safra 24. O Sul de Minas apresenta maior diversidade de resultados e, portanto, oscilações em áreas de previsão de maior ou menor influência bienal. Este cenário preliminar sugere safra 24 superior a 23, mas com dificuldades para superar safra 20; Considerando todos os fatores baixistas e altistas listados acima, a perspectiva para a próxima semana é de estabilidade.
E finalizando com o Boi Gordo temos: Na última semana, o mercado futuro do boi gordo apresentou recuperação na B3. Tradicionalmente, o último trimestre do ano traz um cenário animador, pois há tendência de aumento no consumo de carne bovina, estimulado pelos feriados prolongados nas próximas semanas, recebimento da primeira parcela do décimo terceiro salário e início das comemorações de festividades de final de ano. A queda no valor da arroba, observada ao longo do mês de agosto, pode influenciar o volume de gado proveniente do confinamento para o último trimestre. A menor oferta de animais acarretaria um reajuste positivo na cotação do boi gordo. No curto prazo, a redução da oferta de bovinos para o abate deve continuar para a próxima semana. O encurtamento das escalas da Indústria é fundamental para o fortalecimento da cotação no mercado físico do boi gordo. Desta forma, esperam-se preços de estáveis a mais altos ao longo da semana. Desejamos a todos os nossos clientes uma excelente semana, bons negócios e até a próxima!