Olá! Hoje é segunda-feira, 19 de junho, meu nome é ALEXANDRE BITTENCOURT, assessor na Diretoria de Agronegócios e trago a vocês as expectativas da equipe de inteligência competitiva do Agronegócio do Banco do Brasil para o movimento de preços no curto prazo para as commodities soja, milho, café e boi gordo.
Iniciamos nosso panorama pela soja. Com o plantio praticamente encerrado, as condições das lavouras dos EUA, em função do cenário meteorológico, seguirão como principal direcionador na CBOT. Os mapas atualizados pela NOAA para os próximos 15 dias indicam temperaturas acima da média em todo o cinturão produtor para o período e chuvas dentro da normalidade, com apenas alguns pontos do cinturão com volumes acima, em especial a oeste dos EUA. Ainda nos fundamentos, a oferta na América do Sul, em especial no Brasil, permanece sem novidades para influenciar o mercado no curto prazo.
No financeiro, o clima de maior aversão ao risco no mercado financeiro global, ainda com indicadores de atividade econômica na China e nos EUA com perspectiva de desaceleração, pode gerar impacto negativo na demanda global.
Com as cotações internas nos mesmos patamares, os sojicultores deverão permanecer fora do mercado, mantendo negócios somente para cobrir obrigações de caixa. A pressão na logística no Brasil permanecerá grande, em função, também, da colheita do milho. Ressaltamos o baixo volume de comercialização e os preços internos ainda pressionados. Assim, o mercado interno seguirá com estabilidade para o curto prazo e baixa para o médio prazo.
Em relação ao milho, as previsões para os EUA são de certa regularização das chuvas no decorrer da semana que, caso não se concretizem, poderão pressionar positivamente a cotação do milho.
Mesmo com a assinatura do acordo de escoamento de grãos no Mar Negro, a Rússia tem sinalizado que pretende rever as condições do pacto, o que está gerando apreensão no mercado em relação as exportações da Ucrânia.
No Brasil, as incertezas em relação às exportações, devido às condições de armazenagem e logística, bem como as cotações do dólar, podem influenciar as cotações do cereal.
O momento é oportuno para as cadeias de produção de carne fixarem preços, considerando que o milho é a principal matéria-prima alimentar destas cadeias.
Considerando que produtores brasileiros estão buscando manter o produto no campo face à logística estar voltada para a soja; o cenário de clima adverso nos EUA, além das tensões geopolíticas no Mar Negro, espera-se que os preços internos sigam em estabilidade a curto prazo e viés baixista para o médio prazo
Para o café, clima favorável e ausência de frentes frias relevantes na semana são fatores que pressionam para queda de preços.
Redução das exportações no mês de junho deve continuar a pressionar oferta, apesar do avanço da colheita brasileira.
Aumento da demanda pelo conilon, fruto da conjuntura mundial inflacionária aliada à estimativa de menor produção de arábica no ano agrícola 2023/24, mantém os preços em níveis ainda elevados para o produto após atingir picos desde 2008, além de servir de suporte para preços do arábica de menor qualidade.
Preços atuais do conilon favorecem exportação do arábica brasileiro apesar da demanda interna absorver elevado percentual da produção.
Mercado ainda invertido e juros ainda elevados mantém demanda apenas dentro das necessidades de menor prazo, sem interesse de realização de estoques.
Safra 2023/24 brasileira deve aumentar oferta a partir de agosto e pressionar preços no médio prazo, mas balanço mundial oferta/consumo segue estreito ante estoques atuais baixos e previsões produtivas menores em países como Indonésia e Colômbia, com suporte a preços na elevação das cotações do conilon no curto prazo.
E finalizando com o Boi Gordo temos: Após o movimento de forte baixa nos preços do boi gordo, o mercado começa a dar indícios de acomodação. Ainda não é esperada a recuperação no valor da arroba no curto prazo, pois a indústria segue com estoque elevado e bem posicionada na escala de abate.
Entretanto, é provável que, entre os meses de junho e julho, período de transição entre safra e entressafra, a oferta de animais prontos para o abate seja menos expressiva. Tal fato sinaliza alguma recuperação no mercado físico do boi gordo.
Desta forma, espera-se que os fundamentos de oferta elevada no curto prazo (estoque dos frigoríficos e comercialização do restante dos animais terminados à pasto) não ofertem condições para alguma elevação no curto prazo, direcionando para cotações em estabilidade. Contudo, no médio prazo (entressafra), o mercado menos ofertado de animais tende a possibilitar algum ajuste positivo no preço da arroba para os produtores que ainda possuírem animais para comercialização. Desejamos a todos os nossos clientes uma excelente semana, bons negócios e até a próxima!