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Olá! Hoje é segunda-feira, 21 de agosto, meu nome é Alexandre Bitencourt, sou Assessor na Diretoria de Agronegócios e trago a vocês as expectativas da equipe de inteligência competitiva do Agronegócio do Banco do Brasil para o movimento de preços no curto prazo para as commodities soja, milho, café e boi gordo.
Iniciamos nosso panorama pela soja. Os mapas atualizados pela Agência Serviço de Meteorologia dos Estados Unidos (NOAA), para os próximos 07 dias, mudaram de padrão e agora preveem temperaturas mais elevadas e tempo seco para os principais estados produtores nos EUA. As lavouras encontram-se nas fases de formação de vagem e enchimento de grãos, determinantes para a conclusão da safra nos EUA. Assim, em se prolongando esse quadro meteorológico, as preocupações com maiores perdas de produtividade retornarão, podendo resultar em alta nas cotações em Chicago.
No cenário econômico, de forma antagônica, os baixos índices de crescimento chinês geram preocupações com os dados que reforçam a fraqueza de sua economia, podendo refletir em menor demanda, limitando possíveis altas nas cotações. O mercado também ficará atento ao relatório de acompanhamento de safra do Pro Farmer Crop Tour, que fornecerá informações independentes sobre o potencial de produção nos EUA.
Com o clima mais quente e seco nos EUA e o mercado de óleos em alta, o mercado doméstico será demandado em função da soja disponível. Assim, as cotações trabalharão com viés de alta para o curto prazo e de baixa para o médio prazo.
Em relação ao milho, o USDA, em seu relatório de agosto, reduziu as estimativas de produtividade das lavouras estadunidenses em 2,51 sc/ha, sendo a nova estimativa de 183,18 sc/ha. Com isso a perspectiva de produção caiu para 383,84 milhões de toneladas, redução de 1,36% em relação ao relatório anterior. Apesar disso, caso a produção chegue ao volume estimado, ainda seria a segunda maior safra de milho da história nos EUA.
A previsão climática para os próximos dias aponta chuvas abaixo da normalidade e temperaturas elevadas em quase todo cinturão de milho dos EUA, o que pode trazer suporte às cotações na CBOT.
A Conab divulgou seu 11º Levantamento de Safra 2022/23, em 10/08/23, elevando a produção total de milho em 2,08 mi t, agora estimada em 129,43 mi t. Esta elevação da produção está atrelada à 2ª safra, com nova estimativa de 100,18 mi t. Com a revisão, o estoque final foi estimado em 10,52 mi t, aumento de 25,84% em relação à estimativa de julho.
Assim, os preços internos podem seguir pressionados com o aumento da oferta devido ao avanço da colheita, mantendo o viés de baixa no curto e médio prazo.
Para o café, exportações brasileiras de café verde em julho subiram 22,35% em relação ao mesmo período do ano anterior impulsionadas pelo aumento da exportação de Conilon que triplicou ante a competitividade do produto brasileiro e redução de produção na Indonésia e Vietnam.
As exportações de arábica brasileiro, em julho, tiveram uma elevação de 6,49% em relação a julho de 2022, números mais modestos de elevação na exportação, considerada a elevação de produção sobre 2022.
Acompanhando a elevação de exportação em julho do Brasil, Honduras também relata aumento nas exportações, enquanto Colômbia relata queda no mesmo período.
Segundo a Safras e Mercado, a safra 23 tem 41% de sua produção vendida ante 45 % vendidas em 2022 no mesmo período.
Relatório da OIC de julho confirma trajetória de redução das exportações nas diversas origens, com a exportação global reduzindo-se 6,7 % em relação a igual período do ano anterior. Mercado climático e suas influências sobre floração 2024 no Brasil passam a ser acompanhadas pelo mercado podendo exercer pressão adicional na precificação do produto, além da maior oferta do produto brasileiro, cuja colheita entra em fase final.
E finalizando com o Boi Gordo temos: Segundo a Secretaria de Comércio da Argentina, o país suspendeu a exportação de carne por 15 dias para negociar com frigoríficos. A suspensão das vendas internacionais em 15/08/23 tem o objetivo de tentar conter a inflação. Com essa medida, A Argentina pode deixar de exportar 40 mil toneladas de carne bovina, sendo que cerca de 70% têm como destino o mercado chinês. Com sua ausência, o Brasil e o Uruguai podem se beneficiar ao preencher o volume de exportação destinado ao gigante asiático.
Nos últimos meses, o fluxo das exportações, em volume, seguiu com desempenho satisfatório. No entanto, o preço pago pela tonelada bovina recuou de maneira significativa, principalmente pela pressão exercida pelo mercado chinês. Tal situação reduz as margens dos frigoríficos exportadores, que, por consequência, pressionam os valores pagos pela arroba do boi gordo.
Ainda, o consumo doméstico de carne bovina continua enfraquecido. Neste cenário, atacado e varejo seguem com seus estoques elevados. Soma-se ainda a competitividade acirrada com as outas proteínas, principalmente a carne de frango e o elevado volume de oferta de bovinos terminados, o que aumenta a oferta de carne disponível para os frigoríficos, seguindo a expectativa do ciclo pecuário, hoje em baixa. Assim, para os próximos dias, o mercado do boi gordo deve seguir com pressão baixista. Desejamos a todos os nossos clientes uma excelente semana, bons negócios e até a próxima!