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Olá! Hoje é segunda-feira, 24 de abril, meu nome é Matheus Queiroz, sou estudante de Agronomia e estagiário na assessora na Diretoria de Agronegócios e hoje serei o porta-voz das expectativas da equipe de inteligência competitiva do Agronegócio do Banco do Brasil para o movimento de preços no curto prazo para as commodities soja, milho, café e boi gordo.
Iniciamos nosso panorama pela soja.
O mercado seguirá atento ao clima nos EUA que, inicialmente, segue favorável às lavouras. O plantio da safra de milho e o clima podem gerar impacto sobre área projetada de soja 23/24. A quebra da safra da Argentina, que influencia no quadro global de oferta de farelo e óleo, também é ponto de relevância na CBOT, porém com viés de estabilidade. Atenção também ao programa de importação chinesa.
No Brasil, o atraso na comercialização da Safra 22/23, somado aos problemas na infraestrutura de logística, devem continuar exercendo pressão às cotações internas. A colheita já ultrapassou 86% da área total e deverá ter menor evolução em função das chuvas previstas na 2ª quinzena do mês. Os prêmios negativos para os meses de abril e maio são reflexos desses fatores e depreciam em mais de 1 dólar e 20 centavos por bushel, frente à CBOT.
Com os preços físicos internos nas mínimas dos últimos dois anos, as negociações deverão permanecer contidas. A pressão na logística tende a arrefecer, refletindo em menor tempo de espera para embarque no porto e prêmios mais elevados. Assim, o mercado interno seguirá em estabilidade para o curto e médio prazo.
Em relação ao milho, de acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), em relatório semanal de progresso de safra divulgado no dia 17/04, o plantio de milho nos Estados Unidos chegou a 8%. O ritmo da semeadura está quatro pontos percentuais à frente do mesmo período do ano passado e três pontos percentuais acima da média dos últimos cinco anos. Apesar das preocupações com uma onda de frio no sul do país nos próximos dias, importantes regiões do cinturão de milho estadunidense estão com previsões favoráveis ao plantio, o que pode levar ao enfraquecimento das cotações na Bolsa de Chicago, caso o bom ritmo de semeadura seja mantido.
A previsão climática para a semana continua favorável para a maioria dos estados produtores do milho 2ª safra, indicando boas precipitações, com acumulados suficientes para manter a umidade do solo e favorecer o desenvolvimento das lavouras. Aliado a esta previsão, a manutenção do mercado interno acomodado, com os compradores retraídos e a maior oferta do cereal, oriunda da colheita da safra da 1ª safra e os sojicultores retendo as vendas da oleaginosa, preferindo ofertar o milho, os preços podem se manter estáveis, com viés de baixa.
Para o café, apesar de projeções mais otimistas da safra brasileira, a baixa oferta disponível estimula participação de agentes financeiros e os preços podem manter níveis maiores até a definição da safra e a chegada do produto ao mercado.
Produtor deve aumentar a participação ante proximidade da colheita, mas ainda observa picos de preços.
Mercado invertido e com juros ainda elevados reduz capacidade de carregamento de estoques e mantém estratégias de compras conservadoras.
Exportações em níveis inferiores nos principais produtores mantém pouca disponibilidade do produto, mesmo com as estratégias de compra conservadoras.
Curto prazo com preocupações com a oferta mantém volatilidade e pressão positivas nos preços, ante a proximidade da colheita de meio de ano em Peru, Indonésia, Brasil e 2ª safra colombiana. Oportunidades de fixação de preços próximos ou acima de 190 centavos de dólar por libra peso na safra 23/24 devem ser consideradas.
E finalizando com o Boi Gordo, temos: Na segunda quinzena de mês, período de menor poder aquisitivo da população, o consumo interno de carne bovina tende a enfraquecer. No momento, além desse fator, as proteínas concorrentes com preços mais atrativos, ganham a predileção do consumidor. Com o menor fluxo entre atacado e varejo, além do mercado externo (exportações) ainda sentindo os efeitos do período de embargo chines, a indústria deverá continuar trabalhando estoques, ainda com escalas de abate confortáveis.
Os pecuaristas brasileiros ainda se valem das boas condições das pastagens na maior parte do País, o que possibilita segurar o gado e cadenciar a venda. Entretanto, a oferta de animais segue em ritmo crescente, impulsionado pelo descarte de matrizes, em especial no Centro-Norte brasileiro.
Dessa forma, principalmente, devido às escalas de abate confortáveis da indústria e oferta confortável de animais terminados, a tendência é do preço do boi gordo enfraquecido no curto e médio prazo.
Desejamos a todos os nossos clientes uma excelente semana, bons negócios e até a próxima!