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Olá! Hoje é segunda-feira, 24 de julho de 2023, meu nome é ROSILENE ROSS, assessora na Diretoria de Agronegócios e trago a vocês as expectativas da equipe de inteligência competitiva do Agronegócio do Banco do Brasil para o movimento de preços no curto prazo para as commodities soja, milho, café e boi gordo.
Iniciando com o nosso panorama para soja, é esperado que o comportamento do clima para o desenvolvimento das lavouras nos EUA ganhará maior relevância no direcionamento das cotações na CBOT. Os mapas climáticos divulgados pela NOAA (Agência Serviço de Meteorologia dos Estados Unidos) mostram menos chuvas e temperaturas acima da média para os próximos 10 dias, nas regiões produtoras dos Estados Unidos.
O mercado seguirá acompanhando os boletins de acompanhamento das lavouras do USDA. No último boletim, com a melhora das chuvas no mês de julho, as lavouras em condições boas e excelentes melhoraram o índice de 51 para 55%.
Na economia, o controle da inflação nos EUA e na Europa, além do menor crescimento da China, preocupam e podem impactar negativamente a demanda global por commodities.
Com as cotações do mercado físico com viés de alta, os sojicultores deverão aproveitar as oportunidades para negociar parte de sua produção e abrir espaço para a armazenagem do milho 2ª safra. Com um grande volume a ser comercializado e os preços internos refletindo as oscilações em CBOT, o mercado doméstico tende a seguir com estabilidade para o curto prazo e baixa para o médio prazo.
Em relação ao milho, o Departamento de Agricultura dos EUA indicou melhora de dois pontos percentuais nas condições das lavouras entre boas a excelentes em relação à semana passada. 57% foram classificadas nestas condições.
As previsões climáticas para o país não apontam precipitações abundantes nos próximos dias, podendo inclusive ser abaixo da normalidade no meio oeste americano. Caso a previsão se concretize, a melhora nas condições das lavouras poderá ser contida, o que poderia dar suporte nos preços na Bolsa de Chicago.
A recente escalada no conflito no Leste Europeu poderá trazer volatilidade às cotações externas. Para que o escoamento de grãos ucranianos não seja interrompido, o país está buscado estabelecer novas rotas marítimas. O mercado externo não havia precificado o aumento nas tensões, e o andamento deste fato novo pode movimentar os preços na CBOT. No Brasil, a colheita da 2ª safra alcançou 39,3% da área. O estado mais avançado é o Mato Grosso, com 68% já colhido, apresentando bom ritmo e produtividades superando as estimativas iniciais. Com a maior oferta do cereal e o mercado com poucos negócios, os preços internos devem seguir pressionados, com viés de baixa.
Para o café, é relevante ressaltar que, Com clima favorecendo e colheita evoluindo bem neste ano, o recebimento em cooperativas e tradings segue com fluxo elevado. No entanto, as vendas ainda limitadas, visto o atendimento dos produtores de que os preços atuais geram margens estreitas quando computados os custos com colheita e compromissos prementes; A expectativa de maior produção nesta safra brasileira deve elevar as exportações, embora ainda aquém do atingido em 2020/2021. No entanto, as boas perspectivas para a safra 23/24, até o momento, devem continuar a exercer pressão negativa sobre as cotações futuras.
A redução nos preços do arábica e a sustentação atingida pelo conilon no momento atual tornam competitiva a exportação de conilon pelo Brasil, favorecido pela possibilidade de rebalanceamento nos blends internos e pela maior competitividade do arábica de menor qualidade; Com cenário de maior oferta, vendas limitadas ao cumprimento de compromissos de curto prezo e câmbio com relativa estabilidade, os preços ainda devem permanecer com pressão negativa, apesar de indústria repensar blends.
E finalizando com o Boi Gordo, cabe destacar que: o preço da carne segue enfraquecido no mercado internacional, fato que desestimula o frigorífico exportador a pagar preços mais robustos pela arroba do boi aos pecuaristas. Normalmente, na 2a quinzena do mês é menor o consumo de carne bovina, assim a reposição entre o varejo e o atacado deve apresentar escoamento lento e preços enfraquecidos. A carne de frango, proteína concorrente e com elevada oferta no mercado interno, continua sendo mais competitiva quando comparada com as demais fontes de proteína. O consumidor tende a migrar para a mais barata. O baixo consumo de carne no mercado interno dificulta a recuperação do produto e adiciona a pressão baixista sobre o preço da arroba no mercado físico. Para a próxima semana, a indústria, com estoque elevado, deve seguir cautelosa nas negociações, ofertando valores abaixo da referência média pelo boi gordo. Assim, espera-se preços estáveis, com pressão de queda, no curto prazo.

Desejamos a todos os nossos clientes uma excelente semana, bons negócios e até a próxima!