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Olá! Hoje é segunda-feira, 26 de junho, meu nome é GUSTAVO MOTA, assessor na Diretoria de Agronegócios e trago a vocês as expectativas da equipe de inteligência competitiva do Agronegócio do Banco do Brasil para o movimento de preços no curto prazo para as commodities soja, milho, café e boi gordo.
Iniciamos nosso panorama pela soja.Com o encerramento do plantio da soja nos EUA, o cenário meteorológico para o período de desenvolvimento das plantas e as condições das lavouras seguirão como principais direcionadores dos preços na CBOT. Os mapas atualizados pela NOAA para a semana indicam temperaturas acima da média no meio oeste norte-americano e chuvas dentro da normalidade. No entanto, as chuvas vêm se apresentando irregulares. No financeiro, os indicadores de atividade econômica na China e nos EUA preocupam e podem impactar a demanda global.
A oferta na América do Sul, em especial no Brasil, permanece sem novidades suficientes para influenciar o mercado no curto prazo.
A pressão na logística no Brasil permanecerá grande, em função, também, da colheita do milho. Com as cotações do mercado físico em estabilidade, muitos sojicultores deverão aproveitar oportunidades de mercado, repiques refletidos pelas altas da CBOT, para fazerem negociações. Com o baixo volume de comercialização e os preços internos ainda pressionados, o mercado interno seguirá com estabilidade para o curto prazo e baixa para o médio prazo.
Em relação ao milho, as previsões de chuvas para os principais estados produtores de milho dos EUA continuam indicando volumes reduzidos e calor intenso.
Indicações de clima muito quente e com baixas precipitações na Europa e Ásia, começam a prejudicar lavouras e influenciar positivamente preços das comodities agrícolas.
No Brasil, continuidade da valorização do real frente ao dólar, diminui os preços do milho na paridade de exportação.
A proximidade dos meses de maior intensidade de colheita e a necessidade do produtor colher o produto para preparar a entrada da próxima safra, tende a refletir em uma grande quantidade de milho disponibilizada no mercado interno.
Compradores devem seguir retraídos, aguardando período de maior disponibilidade de produto à preços mais baixos para fixar posições.
Os preços internos tendem a certa estabilidade, mas acompanhando as cotações do porto. Nas praças mais distantes, à médio prazo, o viés tende a ser mais baixista, já começando a sofrer pressão pela entrada da segunda safra.
Para o café, as previsões climáticas atuais não preveem riscos de geadas e chuvas até início de julho nas principais áreas cafeeiras do Sudeste, favorecendo o andamento da colheita. O conilon tem encontrado suporte com a redução de exportações do Vietnam que, de janeiro a maio, foi 3,5% menor em relação ao mesmo período do ano passado. Na Indonésia, ocorre o mesmo, redução de 20% na produção da safra em curso. Soma-se também estimativas, como a da Volcafé, uma das maiores traders no mercado, que aponta um déficit de 5,6 milhões de sacas para a variedade na Safra 2023/24. Para o arábica, segundo o Cecafé, o Brasil apresentou redução de 9,7% nas exportações nos 11 meses do ano Safra 2022/23. Colômbia, segundo maior produtor, também registrou redução de exportações nesse período.
No entanto, o avanço da colheita no Brasil seguirá pressionando os preços diante da expectativa de uma melhor oferta nesta safra e uma possível safra maior em 2024, a depender do clima. Neste contexto, a menor oferta de conilon e a queda expressiva nos preços do arábica poderão ocorrer ajustes técnicos na semana e maior concorrência por arábica de menor qualidade, haja vista que ainda há pouco café da safra 2023 disponível e baixos estoques atuais. E finalizando com o Boi Gordo temos: O Censo de confinamento da empresa DSM-firmenich (dona da marca Tortuga) projeta um volume de 6,995 milhões de bovinos confinados esse ano, o que representa leve queda de 0,5% ante os 7,028 milhões mapeados no ano passado. É importante ressaltar que, embora ocorra estabilidade no volume de gado confinado, o sistema intensivo cresceu aproximadamente 47% entre 2015 e 2022.
No mercado doméstico, as proteínas concorrentes, como a carne de frango, continuam sendo mais competitivas quando comparadas com a carne bovina. Assim, a demanda mais fraca durante a segunda quinzena do mês limita a recuperação dos preços no atacado.
Diante de uma oferta de animais mais retraída, a indústria apresenta sinais de encurtamento em sua escala de abate. Assim, há possibilidades de que um movimento de alta se consolide durante a próxima virada de mês, porém, não se espera um reajuste robusto na cotação da arroba. Desejamos a todos os nossos clientes uma excelente semana, bons negócios e até a próxima!