Olá! Hoje é sexta-feira, 28 de abril, meu nome é Gustavo Mota , assessor na Diretoria de Agronegócios e trago a vocês as expectativas da equipe de inteligência competitiva do Agronegócio do Banco do Brasil para o movimento de preços no curto prazo para as commodities soja, milho, café e boi gordo.
Iniciamos nosso panorama pela soja. O ritmo de plantio da safra dos EUA e as condições meteorológicas seguem como os principais direcionadores na CBOT. A previsões de temperaturas baixas nas regiões ao norte, com chuvas ao sul do meio-oeste americano, não causarão atrasos significativos ao plantio. Nas demais regiões, a semeadura avançará. Nesse momento, no mercado de clima, não há projeções de quadro meteorológico que gere preocupações. A oferta na América do Sul, em especial no BR, permanece sem novidades para influenciar positivamente o mercado no curto prazo.
O sentimento de maior aversão ao risco no mercado financeiro global, principalmente no setor bancário, causa pressão adicional. O controle da inflação nos EUA e na Europa e o crescimento do PIB chinês são pontos de atenção, assim como a continuidade do acordo sobre o corredor de exportação no Mar Negro.
Com as cotações em queda, os sojicultores deverão permanecer fora do mercado. A pressão na logística no BR permanecerá grande e, com baixo volume de comercialização, os preços internos seguirão achatados. Assim, o mercado interno seguirá com estabilidade paro o curto prazo e baixa para o médio prazo.
Em relação ao milho,
O plantio da safra norte americana encontra-se três pontos percentuais acima da média dos últimos cinco anos, de acordo com o USDA. As previsões climáticas para a próxima semana apontam boas condições para a semeadura, o que favorece o ritmo. O clima nos EUA está cada vez mais influenciando as cotações na CBOT, e esta previsão favorável poderá novamente pressionar as cotações no mercado externo.
A Argentina, que sofreu com clima quente e seco em praticamente todo desenvolvimento do milho, registrou algumas geadas na província de Buenos Aires, afetando parcialmente algumas lavouras, conforme reporte de safra da Bolsa de Cereais (BCBA). Apesar disso, o órgão manteve a estimativa de produção do país em 36 mi t. A quebra de safra argentina não tem influenciado a precificação do grão externamente devido à expectativa de safras volumosas nos EUA e no Brasil, que deverá compensar estas perdas.
As boas condições das lavouras da 2ª safra no Brasil e o aumento de oferta no mercado interno, com a colheita da 1ª safra entrando na reta final, podem continuar influenciando em novas baixas nos preços internos..
Para o café,
Primeiro semestre de 2023 com dados de exportação menores nas principais origens tem demonstrado aperto final de oferta e reforça a importância das produções da safra de meio de ano para atender à demanda no segundo semestre.
Juros ainda elevados nas principais economias do Hemisfério Norte dificultam carregamento de estoques e contribuem na estratégia conservadora de recomposição dos estoques e no atendimento à demanda.
Maior participação do conilon nos blends e preocupações com oferta menor na Safra 23/24 reduz arbitragem entre os mercados de arábica e conilon, apesar de estoques normais em Londres. Já os estoques ICE NY, abaixo de 700 mil sacas, ajudam a dar suporte às cotações da variedade. Recomposição destes estoques ocorrerá somente com a safra arábica de meio de ano. Relatório OIC de março estima aumento do consumo 22/23 para 178,5 milhões de sacas ante uma estimativa de 175,6 milhões de sacas no ano cafeeiro 21/22;
Todos estes fatores têm possibilitado bons momentos de fixação de preços para os cafeicultores e assim deve permanecer até a entrada de maior volume da safra que começa a ser colhida no Brasil.
E finalizando com o Boi Gordo, temos: Com o término do período chuvoso, é natural que ocorra deterioração das pastagens, o que prejudica a manutenção do animal no pasto. Normalmente ocorre aumento da oferta de animais no final da safra.
Os frigoríficos, com escalas de abate satisfatórias e exportações ainda ganhando ritmo e com receitas cambiais menores, devem aproveitar o momento para fechar novos lotes em busca de preços mais atrativos, ofertando valores abaixo da referência média para a próxima semana. No médio prazo (maio), a perspectiva é de auge da safra de animais sendo disponibilizados ao mercado, pressionando negativamente os preços da arroba do boi gordo. Já para os meses de junho e julho, a tendência é de menor oferta de animais, uma vez que ocorre a transição entre a safra e a entressafra. Assim, é possível que haja uma reação no preço do boi gordo, porém não muito expressiva.
Desejamos a todos os nossos clientes uma excelente semana, bons negócios e até a próxima!