Listen

Description

Olá! Hoje é segunda-feira, 28 de agosto, meu nome é MARIANA TOGNOLI, sou Assessora na Diretoria de Agronegócios e trago a vocês as expectativas da equipe de inteligência competitiva do Agronegócio do Banco do Brasil para o movimento de preços no curto prazo para as commodities soja, milho, café e boi gordo.
Iniciamos nosso panorama pela soja. O mercado processará os números apresentados pelo Pro Farmer Crop Tour, mesmo com a melhora das estimativas da produção final americana, ainda há espaço para incertezas, diante dos mapas meteorológicos, que seguem mostrando condições de tempo bastante seco, com chuvas escassas e mal distribuídas em um período determinante para a conclusão de sua safra.
A safra dos EUA entra na fase final, e os principais players se voltarão para o início da safra na América do Sul. Com as perspectivas de ocorrência do fenômeno climático El Niño, as estimativas preliminares são de safras com bom potencial de produção, incrementando a oferta e estoques finais.
No cenário macroeconômico, seguem as atenções aos indicadores das principais economias (CHI e EUA). Ainda no radar, os desdobramentos sobre o impasse do corredor de exportação pelo Mar Negro.
Diante das incertezas do tamanho da produção da safra dos EUA, o mercado doméstico seguirá acompanhando o movimento na CBOT. Assim, as cotações trabalharão com vieses de estabilidade no curto prazo e de baixa no médio prazo.
Em relação ao milho, o clima poderá dar suporte aos preços no mercado externo. As previsões climáticas apontam para temperaturas elevadas e precipitações abaixo da normalidade nas lavouras de milho nos Estados Unidos. No último relatório das condições das lavouras no país, o Departamento de Agricultura Americano (USDA) estimou que apenas 4% das áreas estão em maturação.
Os números a serem divulgados pelo acompanhamento de safra da consultoria privada ProFarmer poderá trazer volatilidade ao mercado, caso apresente estimativas discrepantes daquelas apontadas pelo USDA. Este levantamento é realizado por diversas equipes que percorrem as regiões produtoras estadunidenses, visitando in loco as lavouras.
A Bolsa de Cereales na Argentina estimou plantio de 7,3 milhões de hectares para a safra de milho no país (ciclo 2023/24), aumento de 2,8% em relação à safra anterior. No projetado pelo USDA (agosto) a área de plantio é de 7 milhões de hectares.
Os preços internos tendem a seguir movimento lateralizado no curto prazo, com a comercialização em ritmo lento.
Para o café, as previsões climáticas apontam aumento de umidade, porém com chuvas irregulares e baixa intensidade. A irregularidade prevista na precipitação mantém preocupação com o desenvolvimento da safra 24.
Produtor tende a continuar participando pouco do mercado, mas finalização de colheita e início de safra 23/24 pode incentivar demanda por crédito, bem como elevar as vendas pontuais. Empresas relatam recebimento dentro do esperado, mas universo de projeções variadas entre 55 a 67 milhões de sacas para a safra Brasil 23 gera incerteza ao mercado.
Resumo diário Cecafe mostra emissão de certificados de origem da ordem de 2.647.106 até 23/08, número 25,1% superior ao mesmo período do mês anterior. Julho 23 teve aumento de 22,35 no embarque de café verde, com o conilon elevando em 245% os embarques e o arábica 6,49%.
O mercado enfrenta a pressão da oferta sazonal de Brasil, Indonésia e Uganda, que supera a demanda fraca no verão do hemisfério norte. Os juros altos também desencorajam os estoques. Por outro lado, os produtores resistem em vender o que já colheram e os estoques certificados ICE NY e Londres estão baixos. Nessa balança, esperam-se preços em estabilidade, porém ainda com leve pressão baixista nos preços físicos no Brasil.
E finalizando com o Boi Gordo temos: a oferta nos próximos meses será baseada em gado confinado. Assim, a margem de manobra do pecuarista é menor, pois, em razão dos custos, torna-se mais difícil reter o animal no sistema intensivo e aguardar o melhor momento para negociá-lo, estratégia utilizada no período das chuvas, no regime extensivo, quando há boa condição de pastagem. Tal fato pressiona a cotação da arroba também no médio prazo.
Os preços da carne bovina tendem a permanecer pressionados negativamente, tanto no mercado internacional quanto no mercado interno, o que impacta diretamente a receita da indústria. Neste cenário, o pecuarista encontra dificuldades nas negociações.
Os custos de nutrição e de reposição animal diminuíram ao longo do ano, porém, o valor da arroba também recuou no mercado doméstico. Assim, com o receio de permanecer o cenário negativo, o produtor tende a aceitar o valor ofertado pela ponta compradora, a fim de mitigar maior prejuízo.
A indústria ainda possui conforto em sua programação de abate, o que dificulta a recuperação do preço da arroba do boi gordo no curto prazo e médio prazo.
Desejamos a todos os nossos clientes uma excelente semana, bons negócios e até a próxima!