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Olá! Hoje é segunda-feira, 29 de maio, meu nome é Rosilene Ross, assessora na Diretoria de Agronegócios e trago a vocês as expectativas da equipe de inteligência competitiva do Agronegócio do Banco do Brasil para o movimento de preços no curto prazo para as commodities soja, milho, café e boi gordo.
Iniciamos nosso panorama pela soja. O mercado seguirá processando os números divulgados pelo relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), que trouxe fundamentos baixistas, como a estimativa de elevação da oferta global da soja.
O clima nos EUA seguirá favorecendo o avanço de plantio e outro fundamento que continuará no radar é o desempenho da economia chinesa, uma vez que esta pode influenciar diretamente a demanda por grãos e, desta forma, pressionar também as cotações da oleaginosa.
No Brasil, a colheita já alcançou 99%, estando tecnicamente encerrada, confirmando-se a safra recorde.
Com as cotações acumulando baixas nas últimas semanas, os sojicultores deverão permanecer fora do mercado, mantendo apenas negócios pontuais. Desta forma, o mercado doméstico seguirá pressionado negativamente tanto no curto quanto no médio prazo.
Em relação ao milho, o plantio estadunidense chegou a 81% da área, de acordo com levantamento de progresso de safra do Departamento de Agricultura Americano (USDA), divulgado em 22 de maio. O ritmo da semeadura está 6% superior em relação à média dos últimos cinco anos. Com esse bom ritmo, possivelmente o país poderá encerrar o cultivo no final de maio, dentro de uma janela ideal de plantio. Para a próxima semana, os mapas meteorológicos mostram retorno de chuvas no cinturão do milho, o que pode trazer pressão negativa às cotações na CBOT.
Apesar da renovação do acordo de escoamento de grãos pelo Mar Negro, rumores de que a Rússia não tem permitido navios no maior porto ucraniano deram suporte aos preços na semana passada. Os desdobramentos nos próximos dias e a manutenção das tensões entres os dois países poderão influenciar positivamente os preços no mercado externo.
No Brasil, a colheita da 2ª safra se iniciou. De acordo com a Conab, 0,4% da área foi colhida. Com aumento da oferta do cereal e com as boas perspectivas de produtividade, os preços internos deverão seguir pressionados negativamente.
Para o café, oferta ainda restrita com ausência de produto “novo”, mas com a evolução da colheita, os preços devem continuar pressionados negativamente.
Dados do USDA para o Vietnam mostram elevação de 5,21% na colheita para a Safra 2023/24 e 5,41% na exportação do país.
Mercado futuro com preços invertidos mostra a pressão de menor oferta também no conilon. No Brasil, com o clima favorável e colheita evoluindo bem, devem confirmar safra com produto de boa peneira e qualidade.
Incertezas quanto à demanda nos países consumidores e início de colheita no Brasil reduzem negócios, na espera da chegada ao mercado do volume das safras de meio de ano em colheita, tanto no arábica quanto no conilon.
O mês de maio vem apresentando redução no volume exportado pelos principais países produtores ante a menor disponibilidade. No entanto, com a colheita se iniciando, espera-se maior volatilidade às cotações do grão, mas ainda com movimento baixista moderado.
E finalizando com o Boi Gordo temos: Foi detectado casos atípicos do mal da “vaca louca” nos EUA. Diferentemente do que ocorre com o Brasil, no acordo entre China e EUA não ocorre o embargo às exportações quando o animal é diagnosticado. Assim, é pouco provável que o Brasil se beneficie deste acontecimento, uma vez que são nossos concorrentes no mercado externo. A detecção de casos de gripe aviária no Espírito Santo pode afetar o preço da carne bovina. Até o momento não há restrições quanto às exportações da carne de frango e o Brasil trabalha para que isso não aconteça. Porém, um embargo à exportação da carne de frango, concorrente da carne bovina, geraria um excesso de oferta no mercado interno. Tal fato derrubaria o preço do frango e a tendência seria o consumidor migrar para a fonte de proteína mais barata, deixando de consumir a carne bovina.
Com escala de abate confortável, os frigoríficos devem seguir ofertando valores abaixo da referência para a arroba. No médio prazo, entre os períodos de junho e julho, a tendência é de haver menor oferta de animais, uma vez que ocorre a transição entre a safra e entressafra. Assim, é possível que haja reação pontual no preço do boi gordo, porém não se deve esperar altas expressivas no valor da arroba. O curto prazo segue com viés baixista.

Desejamos a todos os nossos clientes uma excelente semana, bons negócios e até a próxima!