Quem mandou matar Marielle e por que? Cinco anos após o assassinato da vereadora do Rio de Janeiro e de seu motorista, Anderson Gomes, respostas começam a aparecer. O crime teria sido contratado pelo então policial militar Edmilson Oliveira da Silva, o “Macalé”, assassinado em novembro de 2021. A afirmação faz parte da delação premiada do ex-policial militar Élcio de Queiroz, que pela primeira vez confessou a participação como motorista do carro de onde o também ex-policial militar Ronnie Lessa atirou. O depoimento abriu caminho para a prisão do ex-bombeiro Maxwell Simões Correa, conhecido como Suel, acusado de ter dado sumiço na arma do crime, desviada do bope. Uma parte da delação segue em sigilo e, segundo o ministro da justiça e da segurança pública, Flávio Dino, vai levar a novos desdobramentos. A investigação passou a ser acompanhada pela polícia federal em fevereiro, após a posse do presidente Lula. No atual governo, a elucidação do caso se tornou "questão de honra do estado brasileiro", segundo Dino. Lula deu à irmã da vereadora, Anielle Franco, o posto de ministra da igualdade racial. Para Anielle, "enquanto a gente não souber quem mandou matar Marielle, a nossa democracia segue fragilizada." A presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann, associa a saída de Jair Bolsonaro da presidência ao avanço das investigações. Na campanha presidencial, o então candidato Lula insinuou que Bolsonaro possuía proximidade com milicianos e afirmou que "gente dele não tem pudor em ter matado a Marielle". Já o deputado cassado Deltan Dallagnol ironiza o uso da delação premiada na investigação. Segundo ele, "a esquerda, os garantistas de ocasião e os prerrogativistas todos festejarão o que até ontem eles criticavam na lava jato".
Esse é o principal tema do programa de hoje. Ao Debate!
Convidados:
- Maria de Jesus Cavalcante, advogada, membro da associação brasileira de juristas pela democracia;
- Maia Filho, advogado especialista em direito público.
Apresentação: Marcos Tardin.