Existia alguma coisa muito especial na água do Reino Unido nos anos 60. Nessa década, surgiram excelentes bandas que respectivamente, lançaram discos memoráveis.
É claro, que a opinião sobre um álbum é sempre um questão subjetiva. Mas os apresentadores desse podcast podem garantir que em meio aos "Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band," "My Generation" e "Let it Bleed" da vida, existe uma obra-prima - por muitas vezes subestimada - chamada “Lola Versus Powerman and the Moneygoround, Part One”
Lançado em 1970, "Lola" é o oitavo álbum de estúdio do "The Kinks," e apresenta um trabalho conceitual contando a história da banda fictícia The Contenders, que alcança o topo do sucesso na Inglaterra, mas que acaba descobrindo que nem tudo são flores na vida de rockstar, principalmente ao tentar arrebentar as amarras capitalistas do mercado e das gravadoras.
Ao escutar o disco, fica evidente que os irmãos Davies estão usando suas próprias experiências para construir a história e o conceito do disco, trazendo nuances de suas experiências e desventuras financeiras no mercado fonográfico.
Os Kinks já possuíam diversos trabalhos de muita qualidade antes de 1970 - como "Face to Face" e "Arthur (Or the Decline and Fall of the British Empire - mas foi com o lançamento de “Lola Versus Powerman and the Moneygoround, Part One” que a banda conseguiu abandonar o rótulo - por vezes injusto - de serem apenas uma sombra dos Beatles formada em Village Green.
"Lola", foi considerado um trabalho de transição da estética do grupo, tendo se tornado sucesso tanto comercial e de crítica, alcançando assim o objetivo da maioria das bandas britânicas da época: atravessa o atlântico, e fazer sucesso nos Estados Unidos.