Em 2013, Tom Zé fez uma locução para um comercial da Coca-Cola.
O fato resultou em centenas de seguidores (e haters desocupadas que ganhavam voz nas redes sociais) usaram o Facebook para proferir ataques ao cantor.
Ou seja, mesmo sendo considerado um dos maiores ícones alterativos da MPB, um dos malditos da música, Tom Zé foi "cancelado" por fazer um comercial considerado capitalista demais para ele.
Os ataques tiraram seu sono, fazendo com que ele optasse por doar todo o cachê que recebeu pelo comercial para a banda de música de Irará, sua cidade natal, no interior da Bahia e inspiração para sua canção "Abacaxi de Irará",
Alguns meses depois, Tom Zé decidiu responder ao cancelamento não só com uma ação social, mas também da forma com que ele melhor saber se comunicar: A música.
O EP "Tribunal do Feicebuqui" um dos mais geniais da sua década, e indo na contramão da acusações que Tom Zé recebia, foi liberado para download gratuito em uma era pré-streaming.
Para a construção da obra, Tom convocou um time de nomes emergentes da música nacional, entendo que o projeto precisava gente nova para se atingir a mensagem anti cancelamento na era digital. São eles: Emicida, Tim Bernardes (O Terno), Marcelo Segreto (Filarmônica de Pasárgada), Gustavo Galo (Trupe Chá de Boldo) e Tatá Aeroplano. Além disso, o álbum tem como novidade direção do jornalista Marcus Preto e a arte da capa desenhada por Mallu Magalhães.
São 3 faixas muito criativas e diretas: A primeira, um copilado de ataques que Tom Zé recebeu no facebook, transformandos em poesia. A segunda, uma espécie de homenagem ao trajetória do cantor. E a ultima, um jingle engavetado para o guaraná "Taí" na época em que o artista trabalhava para a agência de publicidade DPZ.
Passados mais de anos do ocorrido, quase ninguém se lembra da propaganda e da polemica com a Coca-Cola, mas muitos se lembrado de "Tribunal do Feicebuqui"