O Fim do mundo, mais que um evento, é um conceito. Para uma mulher negra de periferia, o mundo pode começar e acabar em um dia. Pode ser que aconteça na perda de um filho; na mão de um agressor; na truculência de um ditador; nos calos das próprias mãos, em uma fábrica de sabão; na perda de outro filho; no racismo de um produtor musical; em uma dor na coluna vertebral…Para Elza, o Apocalipse é o prelúdio do Gênesis e o Gênesis, prelúdio do Apocalipse. Elza não levou uma vida de paz, mas improbabilidades. Que ela levaria uma vida sofrida, muitos sabiam: o racismo e machismo estruturados neste país garantiriam essa conta. Mas poucos imaginaram que ela, contra tudo e todos, seria a maior cantora de samba e talvez a maior cantora (ponto) deste país. O furacão Elza é imparável. Mesmo quando parecia suavizar sua potência, o tufão se reinventou, mais forte do que nunca. Com ventos de 600 km/h, o furacão Elza demoliu a máscara sórdida do passado colonial brasileiro e mostrou a face verdadeira desta terra: A Mulher do Fim do Mundo. Nesse episódio, Caverna, Gigola e Daniel nada mais são que aprendizes do inexplicável; analistas do impossível e ouvintes, faixa a faixa, do milagre do apocalipse.