João Bosco e Aldir Blanc são uma daquelas duplas que tem a capacidade de construírem canções que não só tratam o cotidiano, mas que também tem o poder de tocar em feridas profundas e de certo ponto de vista, até perigosas.
O disco “Galos de Briga”, de 1976, possui crítica social, combatividade e um posicionamento de esquerda visível contra uma ditadura no auge.
O álbum só podia ter este título, uma vez que, como animais de rinha, João e Aldir vão para o enfrentamento com as armas que têm: os sons e a palavras.
Como o próprio João Bosco dizia na época do lançamento:
“Não é o sucesso, é o contrário: é o sufoco mesmo, é a vontade de cantar e de falar.
Só que de repente isso não foi possível de acontecer a nível popular, porque a cada dia as pessoas têm mais medo, não têm defesa e cada vez sabem menos o que está acontecendo.
Aí você vem o disco, com canções que as pessoas gostariam de dizer e cantar.
A razão do sucesso, então, não é bem ele mesmo.
Talvez a razão dele seja o fracasso de todo mundo.”
Acompanhe com Daniel, Gigola e o convidado Carlito este episódio “atemporal” sobre mais uma obra brasileira da década de 70, onde a música era usada como um grito anti-ditadura!