Bem-aventurado aquele cuja iniquidade é perdoada, cujo pecado é coberto. (Sl 32.1)
Há vários anos, a BBC realizou uma pesquisa com cerca de 65 países do mundo e relatou quais eram os mais e os menos felizes. Quando os indivíduos foram questionados sobre o que contribuiu para sua alegria, não houve um consenso claro. O caminho para a felicidade era ilusório.
Na tradução ESV, o Salmo 32 começa com a palavra “bem-aventurado”, mas “feliz” pode ser a tradução mais evocativa e mais adequada. De fato, a mesma palavra hebraica usada aqui é frequentemente traduzida para a palavra grega para “feliz” em outros lugares, tanto na Septuaginta (a tradução grega do Antigo Testamento) quanto no Novo Testamento. A palavra é usada no início do Sermão do Monte, onde Jesus começou a falar com seus seguidores, dizendo: “Bem-aventurados [isto é, felizes] os humildes de espírito” (Mt 5.3).
Muitos de nós gostaríamos de ser mais felizes do que somos. Mas como? Alguns pensam que, se pudessem viajar mais, ficariam contentes. Alguns pensam em termos mais grandiosos: por exemplo, que, ao estabelecer justiça em sua parte do mundo, eles seriam mais felizes. Outros argumentam que há alegria em apreciar a beleza da Criação ou explorar a espiritualidade. No entanto, somos continuamente confrontados pelo fato de que algo estraga nossos empreendimentos e se instala como poeira em todos os nossos sonhos. A felicidade derivada dessas coisas é sempre frágil; é facilmente quebrada e não pode durar. A busca pela felicidade ou a tentativa de se apegar à felicidade torna-se um fardo.
Nossa busca pela felicidade duradoura permanece fútil enquanto não olhamos para onde o salmista diz que ela se encontra fundamentalmente: em um relacionamento com nosso Deus Criador, que começa com o perdão. Talvez não pensemos em olhar para lá, porque parece paradoxal o fato de que encontraríamos felicidade se considerássemos primeiro a seriedade de nossas transgressões e nossa necessidade de perdão. Mas a palavra hebraica para “perdoado” na verdade significa “suspenso” ou “removido”. A felicidade e a paz que desejamos só vêm quando o fardo do pecado é tirado. E então somos livres para desfrutar de tudo o que a vida oferece, sem pedir às coisas criadas ou às pessoas que suportem o peso de ser a fonte de nossa alegria suprema.
Essa verdade foi a experiência de Agostinho. Ele passou a primeira parte de sua vida em um compromisso irrestrito com a luxúria. Então, depois de ler a Bíblia e encontrar Deus em sua Palavra, ele emergiu de sua névoa, escrevendo mais tarde: “Ó Deus, nosso coração permanece inquieto até encontrar descanso em ti”. Você acredita no que Agostinho acreditava? A base para sua afirmação é encontrada no versículo de abertura deste salmo. Você não precisa andar pela vida sobrecarregado pelo pecado e tristeza, porque Deus lhe ofereceu perdão e um relacionamento com ele por meio de Jesus. Você não precisa correr atrás da felicidade da maneira como o mundo faz. Quando seus fardos são suspensos e você sabe que Deus conhece o pior de você e o ama de qualquer maneira, você experimenta uma felicidade fenomenal e duradoura.