Dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, sujeitando-vos uns aos outros no temor de Cristo. (Ef 5.20-21)
Quando as pessoas participam de uma orquestra, elas perdem algo de sua própria individualidade. Uma sinfonia não é uma performance solo. Embora os músicos não percam suas identidades, eles são, no entanto, integrados na orquestra. O grupo é mais significativo como um todo do que um indivíduo por conta própria, e o coletivo produz algo que nenhum músico individual poderia criar.
Paulo expressa uma ideia semelhante quando escreve sobre “[sujeitar-vos] uns aos outros” — embora aqui, é claro, o grupo não seja uma orquestra, mas a igreja.
Embora possamos ter uma variedade de respostas ao conceito de submissão, devemos ter conhecimento de que a Bíblia o usa de maneira direta e frequente. Para Paulo, a unidade e a saúde da igreja dependiam de os cristãos entenderem a submissão corretamente e colocarem isso em prática entre si.
Como é levar a sério a questão da submissão mútua dos crentes? Em parte, significa que cada um de nós percebe não ter o menor motivo para se sentir excessivamente satisfeito consigo mesmo ou superior a outra pessoa. Em outras palavras, demonstramos submissão mútua revestindo-nos de humildade. Isso é dificultado, é claro, pelo nosso orgulho — um grande desafio que todos enfrentamos e é intensificado por vivermos em uma cultura que está constantemente nos pressionando para a dianteira.
No entanto, a igreja deve se destacar nesse tipo de ambiente. Como povo de Deus, entendemos que não podemos nem sequer acordar de manhã sem a capacitação dele. O fato é que somos totalmente dependentes dele (At 17.24-25). O Evangelho é a chave para a verdadeira humildade, pois nos lembra que Deus fez por nós em Jesus aquilo de que mais precisamos e que somos totalmente incapazes de fazer por nós mesmos.
A verdadeira humildade não é autodepreciação; é liberdade de nós mesmos. É a liberdade de sermos nós mesmos e nos esquecermos de nós mesmos. É a liberdade que vem de saber que não somos o centro do universo. Quando você mantém tal humildade em vista, está preparado para se submeter aos outros — para trazer tudo o que você é e usá-lo para servir ao bem maior, sob a direção de outros, com os interesses dos outros como sua prioridade. Então sua igreja pode produzir algo bonito — uma comunidade que exibe o Evangelho. Portanto, não espere que os outros em sua igreja sejam esse tipo de cristão. Hoje, humildemente, decida que você será esse cristão.