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O perigo de rejeitar o libertador enviado por Deus
📖 Base: Atos 7:22-42

O discurso de Estêvão diante do Sinédrio é um dos relatos mais impactantes do livro de Atos. Ao relembrar a história de Moisés, ele não está apenas contando fatos antigos; ele está traçando um paralelo entre a rejeição sofrida por Moisés e a rejeição sofrida por Jesus. O argumento central é claro: Israel tem um histórico de não reconhecer os libertadores que Deus envia, porque eles não correspondem às expectativas humanas.

Moisés, criado no Egito e instruído em toda sua sabedoria, era “poderoso em palavras e obras” (v.22). Aos 40 anos, sentiu no coração o desejo de ajudar seus irmãos israelitas, mas sua tentativa de agir pela força humana resultou em rejeição. Ele foi acusado: “Quem te constituiu senhor e juiz sobre nós?” (v.27). A mesma pergunta, em essência, foi feita a Jesus quando os líderes religiosos questionaram Sua autoridade.

Quarenta anos depois, já no deserto, Deus chamou Moisés de forma sobrenatural, através da sarça ardente. Agora não era mais um projeto humano, mas um envio divino. Aquele que foi rejeitado se tornou o libertador oficial, comissionado por Deus para conduzir o povo à liberdade. Contudo, mesmo após milagres e sinais — no Egito, no Mar Vermelho e no deserto — o povo manteve um coração rebelde.

O problema não foi apenas a rejeição inicial de Moisés. Mesmo depois da libertação, Israel “voltou o coração ao Egito” (v.39), construindo um bezerro de ouro e entregando-se à idolatria. Aqui, Estêvão apresenta uma lição atemporal: quando o coração não está alinhado com Deus, nenhum milagre é suficiente para mantê-lo fiel. O perigo não está apenas em não reconhecer o libertador, mas em trocar a presença de Deus por soluções fabricadas pelas próprias mãos.

Essa mensagem ecoa fortemente nos dias atuais. Muitas vezes, Deus levanta pessoas e envia mensagens que não se encaixam nos nossos moldes. O risco é desprezar a ação divina porque ela não vem da forma que imaginávamos. Assim como Israel, corremos o perigo de manter um “Egito” escondido no coração — um apego a velhos pecados, hábitos e mentalidades que nos impedem de viver a liberdade plena que Deus oferece.

Portanto, o texto de Atos 7 nos desafia a duas atitudes: primeiro, reconhecer e aceitar o agir de Deus, mesmo quando Ele usa meios ou pessoas inesperadas; segundo, guardar o coração para não retroceder ao que já fomos libertos. A fidelidade ao chamado divino exige que permaneçamos atentos, obedientes e dispostos a deixar o passado definitivamente para trás.

Conclusão:
Deus continua levantando libertadores e trazendo palavras de vida. A questão é: estamos preparados para reconhecer Sua voz e seguir Sua direção, ou vamos repetir a história, rejeitando o que Ele nos oferece? O futuro espiritual de uma pessoa ou até de uma comunidade pode depender dessa resposta.

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