O perigo do ódio segundo os ensinos de Jesus
A violência é amplamente condenada em todas as culturas. A maioria das pessoas reprova o assassinato e se considera moralmente correta por nunca ter tirado a vida de alguém. No entanto, ao abordar esse mandamento no Sermão da Montanha, Jesus amplia drasticamente sua aplicação, revelando que o problema do ser humano começa antes da ação: começa no coração. Em Mateus 5:21-22, Jesus afirma que não apenas o homicídio, mas também a ira e o desprezo pelo próximo já nos tornam culpados diante de Deus.
Nesse trecho, Jesus nos alerta sobre três níveis de pecado que podem existir sem que uma gota de sangue seja derramada: a ira contra o irmão, o insulto verbal ("Racá") e o desprezo intelectual ("louco"). Cada um desses atos revela um coração contaminado por sentimentos destrutivos, que Deus reprova tanto quanto o próprio ato de matar. Com isso, Jesus derruba qualquer aparência de justiça exterior e revela a real condição do coração humano.
De modo geral, as pessoas costumam se justificar dizendo: "Nunca matei ninguém, portanto sou uma boa pessoa". No entanto, se formos sinceros, muitos já experimentaram sentimentos intensos de ódio, raiva ou desprezo por outras pessoas. Às vezes, esse sentimento é dirigido a um inimigo declarado; em outras, a um familiar, um colega de trabalho ou até mesmo um irmão da igreja. A Bíblia, em 1 João 3:15, declara: “Quem odeia seu irmão é assassino, e vocês sabem que nenhum assassino tem vida eterna em si mesmo.” Isso mostra que o padrão de Deus é mais elevado do que pensamos: Ele não está apenas interessado nas nossas ações, mas nos pensamentos e intenções do coração.
Além disso, o ódio não apenas nos afasta de Deus, mas também envenena nossas relações e destrói a nossa paz interior. Quando cultivamos amargura, ressentimento e desejos de vingança, nos tornamos prisioneiros emocionais. Por isso, o apóstolo Paulo nos aconselha em Efésios 4:31: “Livrem-se de toda amargura, indignação e ira, gritaria e calúnia, bem como de toda maldade.” O caminho cristão, ao contrário do ódio, é o caminho do perdão, da compaixão e da reconciliação.
Jesus não apenas nos manda evitar o ódio, mas nos convida a algo ainda mais radical: amar os nossos inimigos e orar por aqueles que nos perseguem (Mateus 5:44). Esse amor não é sentimental, mas prático. Ele se expressa em atitudes que demonstram graça, misericórdia e o desejo de restaurar relacionamentos.
Concluímos, portanto, que o ensinamento de Jesus vai além da letra da lei. Ele expõe a raiz do pecado no coração humano e nos chama à pureza interior. Nenhum de nós está isento de cair em ódio, mas todos nós temos acesso ao perdão e à transformação por meio de Cristo. Assim, a verdadeira justiça que agrada a Deus não é apenas externa, mas brota de um coração que ama, perdoa e busca a paz.
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