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O cristão como sal da terra

Jesus, no Sermão do Monte, disse: “Vocês são o sal da terra. Mas se o sal perder o seu sabor, como restaurá-lo? Não servirá para nada, exceto para ser jogado fora e pisado pelos homens” (Mateus 5:13). Essa metáfora, aparentemente simples, traz uma profunda verdade sobre o chamado e a responsabilidade de cada cristão. O sal, além de ser usado como tempero, no contexto do primeiro século, era um elemento essencial para conservar os alimentos, impedir a corrupção e preservar a vida. Ao usar essa comparação, Cristo mostra que o discípulo não é apenas alguém que “segue tradições religiosas”, mas alguém que influencia, preserva valores e dá sabor à sociedade em que vive.

No entanto, vivemos uma época em que muitos querem apenas ser simpatizantes do evangelho, mas poucos assumem o papel de discípulos verdadeiros. Jesus nunca chamou multidões para apenas assistirem, mas para tomarem a cruz e segui-Lo (Lucas 9:23). A igreja do primeiro século entendeu esse chamado e, por viver intensamente a fé, foi capaz de impactar e transformar o mundo ao redor. Hoje, vemos muitas igrejas cheias de pessoas, mas poucas cheias de discípulos dispostos a viver a radicalidade do evangelho. Por isso, o impacto da fé muitas vezes se dilui em meio a um cristianismo superficial.

Um cristão que não vive como cristão é como um sal que perdeu o sabor. Pode até ter a aparência de sal, mas não cumpre sua função. É sobre isso que Jesus também fala em Lucas 14:34-35: “O sal é bom, mas se ele perder o sabor, não serve nem para o solo, nem para adubo; é jogado fora. Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.” Em outras palavras, de que serve um cristão que não reflete Cristo em suas atitudes, palavras e testemunho? Um evangelho sem prática é como um sal insípido: não transforma, não conserva e não desperta sede de Deus.

O sal tem três características principais que ilustram a vida cristã. Primeiro, ele dá sabor. Assim também, a vida de um discípulo deve revelar o amor, a esperança e a graça de Cristo, tornando o mundo menos amargo e mais suportável. Segundo, ele preserva. Em meio a uma sociedade corrompida pelo pecado, o cristão é chamado a ser voz de verdade, mantendo princípios e valores bíblicos que impedem a degradação moral e espiritual. Terceiro, o sal provoca sede. A vida autêntica de um cristão desperta nos outros o desejo de conhecer a fonte de vida que é Jesus Cristo.

Diante disso, ser sal da terra significa assumir a responsabilidade de representar a Cristo em todas as esferas da vida: na família, no trabalho, na escola e na sociedade. Não se trata de se misturar e se tornar igual ao mundo, mas de ser diferente o suficiente para influenciá-lo positivamente. Paulo nos lembra em Romanos 12:2: “Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente.”

Portanto, o desafio que fica é claro: precisamos ser cristãos “salgados”, que temperam, preservam e despertam sede de Deus. Um cristianismo sem sabor não cumpre sua missão. Mas quando vivemos o evangelho com sinceridade, podemos impactar o mundo à nossa volta, assim como a igreja do primeiro século fez. Que cada um de nós seja um sal que não perde o sabor, mas que glorifica a Deus e cumpre seu propósito.

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