A infertilidade não faz parte do protocolo médico da transexualidade. Embora ela possa ser um efeito colateral em alguns casos, ela não é pré-requisito para hormonização ou tem uma data para acontecer.
Desse modo, homens trans grávidos são uma possibilidade.
O problema começa quando essa possibilidade não é considerada.
A sociedade aponta o corpo grávido de um homem trans como uma prova de sua mulheridade, desrespeitando seu gênero, os profissionais da saúde não sabem lidar, resultando em violências, e o estigma se estende até mesmo para dentro da própria comunidade, como se a gravidez fosse um sinal da pessoa em questão não ser “trans de verdade”.
Nesse episódio ouvimos o relato de @duploshood , homem trans que está tentando engravidar. Refletimos sobre como a norma cisgênera que nos é imposta molda a forma como abordamos nosso corpo e suas possibilidades, assim como também ponderamos sobre como a transexualidade põe em jogo o principal pilar da heterossexualidade: a ideia de que homossexuais não podem reproduzir.
O que define a orientação sexual de alguém?