Duas fotos em preto e branco em grandes proporções estão aplicadas em duas estruturas da expografia, o mobiliário da exposição, composta por andaimes de ferro tubular e chapas de madeira clara. Logo diante da porta de entrada, a primeira foto feita por Sérgio Silva em 2018 intitulada Gira da Poesia. Nela, uma mulher negra empunhando um microfone na boca com a mão esquerda, cotovelo em 90 graus, cabeça levemente inclinada para trás e para o lado, de perfil. Ela tem os cabelos com finas tranças claras, top preto e saia longa e alta estampada. Ela parece rodopiar na ponta dos pés diante de uma grande plateia. Em outra imagem do SLAM BR de 2019, um close de mãos que seguram um microfone e uma haste sendo incendiada por um pequeno maçarico ou isqueiro.Suspensas nas paredes da sala de exposição, há outras sete fotografias em preto e branco em formato grande, medindo aproximadamente um metro e oitenta por dois metros e setenta. As fotos também foram feitas por Sérgio Silva entre os anos de 2017 e 2019 no SLAM BR, SLAM SP e Torneios dos Slams – Estética das periferias.Nas imagens, todas as pessoas são negras, em sua maioria mulheres ou pessoas sem definição de gênero, com cabelos crespos volumosos. Todas estão entregues, intensas, emocionadas em ambientes de apresentação, arenas, com muito público vibrante em volta, holofotes, encontros de slammers que se abraçam, performam e se entregam nas batalhas e apresentações, algumas com microfones, outras apenas sentindo.
