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PALESTRA COMPLETA – MAIO LARANJA: PROTEÇÃO INFANTOJUVENIL CONTRA O ABUSO E A EXPLORAÇÃO SEXUAL


> “Você saberia identificar os sinais de uma criança sendo abusada?”


2. Maio Laranja: O que é e por que existe (5 minutos)

Contextualização:

O Maio Laranja é uma campanha de mobilização nacional de enfrentamento ao abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes.

O dia 18 de maio marca o caso Araceli, uma menina de 8 anos que foi sequestrada, violentada e assassinada em 1973. O crime permanece impune.

Desde 2000, a data é símbolo de luta pelos direitos de crianças e adolescentes.


Frase de impacto:

> “Proteger é um ato de amor e coragem. Silenciar é ser cúmplice.”




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3. Entendendo o Abuso e a Exploração Sexual (15 minutos)

Diferença entre abuso e exploração:

Abuso sexual: Envolve qualquer forma de contato ou manipulação sexual com uma criança ou adolescente, com ou sem uso de violência. Pode ocorrer dentro de casa ou por alguém próximo.

Exploração sexual: Envolve troca por dinheiro, favores, presentes ou status. Está ligada ao tráfico de pessoas, pornografia e prostituição infantil.


Formas de abuso:

Contato físico: toques, carícias, penetração.

Não físico: exibicionismo, exposição a conteúdos pornográficos, envio de mensagens com conteúdo sexual.

Abuso online: grooming (assédio online), sextorsão.


Perfil do agressor:

Cerca de 70% dos abusadores são pessoas próximas: pai, padrasto, tio, vizinho, amigo da família.

Muitas vezes, são pessoas queridas e de confiança.


Estatísticas Relevantes sobre Abuso Sexual Infantil no Brasil

1. Dados do Disque 100 (Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos – Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania):

Em 2023, foram registradas mais de 97 mil denúncias de violência contra crianças e adolescentes.

Dessas, cerca de 18 mil envolviam violência sexual.

O Brasil registra, em média, 1 caso de abuso sexual a cada 15 minutos.


2. Perfil das vítimas e dos agressores:

75% das vítimas são meninas.

A maioria tem entre 7 e 14 anos.

Mais de 70% dos abusadores são pessoas conhecidas da vítima, como pais, padrastos, tios, irmãos, vizinhos ou amigos da família.

A maioria dos abusos acontece dentro de casa.


3. Dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP):

Em 2023, foram registrados mais de 66 mil estupros de vulneráveis (crianças e adolescentes menores de 14 anos).

Isso representa quase 60% do total de estupros no país.


4. Subnotificação:

Estima-se que apenas 1 em cada 10 casos de abuso sexual infantil é denunciado.

O medo, a vergonha, a manipulação emocional e a dependência da vítima em relação ao agressor são os principais fatores de silêncio.


5. Internet e crimes digitais:

Segundo a SaferNet Brasil, houve um crescimento de mais de 110% em denúncias de pornografia infantil na internet nos últimos 5 anos.

O “grooming” (aliciamento de crianças por adultos na internet) cresceu com o aumento do uso das redes sociais.



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Impactos do abuso sexual na infância

Transtornos psicológicos: depressão, ansiedade, fobias.

Automutilação, tentativas de suicídio.

Baixo rendimento escolar.

Gravidez precoce e uso de substâncias.

Dificuldades nos relacionamentos na vida adulta.



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Reflexão

> “Os números mostram que o abuso sexual infantil não é exceção – é um problema estrutural, cotidiano e muitas vezes invisível. Precisamos transformar indignação em ação.”







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4. Sinais de Alerta (10 minutos)

Comportamentais:

Medo de ficar com certas pessoas.

Isolamento, agressividade ou apatia.

Mudanças no sono, alimentação, humor.

Sexualização precoce.


Físicos:

Dores e lesões sem explicação.

Infecções urinárias frequentes.

Sangramentos.


Escolares:

Queda no rendimento.

Recusa em ir à escola.

Dificuldade de concentração.


> Alerta: O silêncio da vítima é comum. Muitas não entendem o que está acontecendo, sentem culpa, vergonha ou medo de não serem acreditadas.




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5. Como Agir e Onde Denunciar (10 minutos)

Se a criança contar algo:

Acolha sem expressar choque.

Agradeça por contar.

Não faça perguntas investigativas.

Garanta proteção imediata.

Denuncie.


Canais de denúncia:

Disque 100 – Central de Direitos Humanos (anônimo e gratuito).

Conselho Tutelar.

Delegacia da Mulher ou especializada em crimes contra crianças.

Escola e instituições públicas têm o dever de notificar suspeitas.



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6. Prevenção e Educação (15 minutos)

Na família:

Falar sobre o corpo com naturalidade.

Ensinar a diferença entre toques bons e ruins.

Criar um ambiente de confiança.

Respeitar o “não” da criança desde cedo.


Na escola:

Incluir educação sobre direitos e autocuidado no currículo.

Formar profissionais para identificar sinais e saber intervir.

Promover rodas de conversa, teatro, oficinas.


Na sociedade:

Romper com o tabu de falar sobre sexualidade infantil.

Fiscalizar redes sociais e atividades online.

Mobilizar vizinhos, instituições religiosas e ONGs.


> Frase de reflexão:
“Quando uma criança é silenciada, toda a sociedade adoece.”




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7. Encerramento (5 minutos)

Recapitulação dos principais pontos.

Encorajar atitudes de vigilância, denúncia e acolhimento.

Disponibilizar materiais e canais de apoio (panfletos, QR Code, links).

Deixar uma mensagem final:


> “Toda criança tem direito a crescer segura, livre e amada. E você pode ser parte dessa rede de proteção. Vamos quebrar o silêncio. Vamos proteger nossas crianças.”