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Podcast do PublishNewsPodcast do PublishNews371 - João Varella e Isaac Maciel - Editores e LivreirosNeste episódio do podcast do Publishnews desta semana, conversamos com Isaac Maciel e João Varella. Isaac é  fundador da Editora Valer com mais de 2000 títulos lançados e agora retomando a Livraria, agora como um complexo cultural intitulado 'Valer Teatro', composto por um Restaurante, Cafeteria, Sala de Vinhos e Galeria de Artes. E Varella, jornalista, escritor e fundador da editora Lote 42, livraria Banca Tatuí (2014) e escola de edição Sala Tatuí e inaugurando a nova livraria Gráfica.Falamos também sobre o mercado editorial brasileiro, os desafios enfrentados por livraria...2025-05-1956 minO CAMINHO JA COMEÇOUO CAMINHO JA COMEÇOU# 9 Brasilidades e portugalidades: as palavras e algumas coisasNeste episódio converso com Odenildo Sena, doutor em Linguística. Falamos sobre o tema da língua e sobre questões que afetam o imigrante relativamente ao seu idioma de origem e o que é praticado no país no qual passa a viver.2022-04-2758 minO CAMINHO JA COMEÇOUO CAMINHO JA COMEÇOU#8 Brasilidades e portugalidades: uma conversa com Odenildo SenaNeste episódio recebo um imigrante brasileiro, professor universitário e escritor, que escolheu Portugal para viver com sua família e nos conta aqui um pouquinho de sua rica história de vida.2022-04-0638 minMeio Dia com Jefferson CoronelMeio Dia com Jefferson CoronelNotícias no mundo Geek, Arte, Literatura e Bons NegóciosNos programas de sexta a gente vai de leveza com notícias da cultura do Amazonas, dicas de turismo, vinhos e bons negócios. Hoje tivemos Fernanda Brandão com o quadro Mundinho Geek, também Odenildo Sena lançando seu novo livro "A felicidade precisa de Loucura". O Ator Eduardo Gomes, esteve falando sobre o espetáculo "Roubo de Natal", Turismo com Marcia Rebeca e por fim André Parente, proprietário da Cachaçaria do Dedé, que falou de bons negócios. 2021-12-171h 35NO TEMPO DE EU MENINONO TEMPO DE EU MENINOParis de eu meninoNesses dias, andei a me encharcar de Paris. Uma cadeia de acontecimentos levou-me a esse estado. O mote foi a leitura de algumas cartas do escritor argentino Julio Cortázar publicadas na revista Piauí, com uma envolvente apresentação do crítico David Arrigucci Jr. Já disse antes que gosto de ler cartas? Em geral são textos reveladores daqueles raros momentos de descuido em que a espontaneidade sufoca a razão e o sentimento abre espaço para a pureza das palavras. Pois essas virtudes estão lá nas missivas de Cortázar endereçadas aos seus entes queridos deixados em B...2021-10-1605 minNO TEMPO DE EU MENINONO TEMPO DE EU MENINOSessões contínuasSer bombonzeiro do cine Ideal tinha suas vantagens. Assistia a tudo quanto era filme. Cestinha de vime pendurada no pescoço, balançava a caixinha de Mentex, para chamar atenção dos fregueses, e ia descarregando as diversas variedades de bombons diligentemente arrumadas nos doze compartimentos. Na verdade, diga-se de passagem, tanto vendia quanto consumia. Sonho de Valsa, a grande novidade da ocasião, era o meu preferido. Tanto que estabelecia sempre uma reserva de mercado, ou melhor, de consumo, no cantinho, dificultando a visibilidade por parte dos fregueses. Na hora de prestar contas, o que sempre acontecia logo após o ap...2021-10-0604 minNO TEMPO DE EU MENINONO TEMPO DE EU MENINOA voz da ColinaPara a meninada, entretanto, sedenta de novidades e aventuras, o anúncio que servia de mote para em poucos minutos estarmos reunidos era o que dava conta de que uma boiada a caminho do matadouro, no vizinho bairro da Glória, havia fugido e se espalhara pelo bairro. Alegria incontida, porque sabíamos que o resto do dia nos reservava aventuras só comparáveis às vividas por nossos heróis nas telas do nosso Cinema Paradiso.2021-09-1604 minNO TEMPO DE EU MENINONO TEMPO DE EU MENINOTrauma de infânciaAtire a primeira pedra quem não tem medo de cadeira de dentista. Seja uma extração, seja um trabalho de profilaxia, seja uma restauração, seja um implante, seja (meu Deus!) uma simples avaliação para projetar um orçamento... Neste último caso, em particular, o medo é redobrado. Sei que, tecnologicamente falando, tem sido uma das áreas que avançam com mais celeridade, com variadas técnicas e produtos modernos sempre de última geração. Mesmo assim, a aplicação de anestesia, por exemplo, apesar de hoje ser feita com uma agulha extremamente fina e delicada, acaba, entretanto, não aliviando a dor q...2021-07-1604 minNO TEMPO DE EU MENINONO TEMPO DE EU MENINOTempos de arribaçãoLembro-me bem de que, certo período, chegamos a morar em três diferentes casas na mesma rua, a da Cachoeira. De uma delas tenho vívida memória. Era construída sobre esteios a um metro do chão, o que nos protegia das enchentes mais agressivas do igarapé fronteiriço entre os bairros de São Raimundo e Glória. Mas a subida das águas, que alcançava os cinco degraus de madeira da porta principal, também nos proporcionava um espetáculo que hoje, para nossa tristeza, sobrevive apenas nos desvãos da memória. Atraíamos os peixes com res...2021-06-1604 minNO TEMPO DE EU MENINONO TEMPO DE EU MENINOO cerol do CalangoPara encurtar a história, como o Calango reinava absoluto no mercado, com vasta clientela nos vizinhos bairros de São Raimundo e Glória, sempre que um adversário conhecido ensaiava trançar, gritávamos convictos: “Não entra que é o mesmo cerol, o do Calango!” Tempos depois, descobrimos estarrecidos que o bruxo Calango fabricava dois tipos de poção: a mágica, para seu próprio consumo, e a genérica, que abastecia a nossa ilusão. Passou a ser odiado.2021-05-2605 minNO TEMPO DE EU MENINONO TEMPO DE EU MENINOO empinador de papagaioO fato é que fazer papagaio era uma arte para poucos. Começava pela escolha da tala. Os mais exigentes acreditavam que a palmeira do buriti era a mais recomendada por sua flexibilidade. Passava pelo corte simétrico das peças e pela perfeita montagem do esqueleto, que precisava ter o peso milimetricamente dividido, para que o papagaio não ficasse penso. E o acabamento com os coloridos papéis de seda exigia o fino da criatividade. Lembro-me dos detalhes e dos complexos traçados das finas tiras que pacientemente iam se transformando no escudo do Sul América ou do São Raim...2021-05-0504 minNO TEMPO DE EU MENINONO TEMPO DE EU MENINOSonhos de meninoComo morávamos no bairro de São Raimundo e a grana fosse apertadíssima, três vezes por semana à tarde tínhamos uma longa jornada a enfrentar. Começava pela travessia do igarapé até o bairro de Aparecida. O pai de meu amigo, catraieiro, nos fazia economizar um trocado que sempre era investido num picolé, de buriti ou groselha, devorado com parcimônia ao longo do trajeto. Gostava de ouvir o movimento competente do par de remos da catraia. As mãos hábeis do catraieiro tinham tamanha familiaridade com os remos, que eles pareciam ser abraçados sem nenhuma resist...2021-04-2305 minNO TEMPO DE EU MENINONO TEMPO DE EU MENINODa leitura à infânciaExplico-me. Lia um pequeno texto, em uma dessas revistas de bordo, que falava de uma nova opção de lazer chamada “turismo eólico”. Trata-se de conhecer e curtir vastos campos enfeitados por gigantescos moinhos, usados para a geração de energia limpa e renovável, coisa que os europeus, com muita sensibilidade, apelidaram de “fazendas de vento”. Num dado trecho, o autor ressalta ser muito antiga a admiração humana por moinhos. Foi o suficiente para eu fechar os solhos e me transportar. Deixei lentamente a revista de lado e fui conduzido a um outro contexto, bem distante no tempo, mas vivo 2021-04-1004 minNO TEMPO DE EU MENINONO TEMPO DE EU MENINOOceano da infânciaSó anos depois, já adulto e numa descontraída conversa entre irmãos, minha irmã mais velha, Chaguinha, que ajudara a nos criar, soube, alarmada, daquelas minhas gostosas peripécias.2021-04-0104 minNO TEMPO DE EU MENINONO TEMPO DE EU MENINOPaixão & cinemaO cinema foi minha paixão e minha vida por tantos anos! Dividia isso apenas com o dever de ofício, marcado de perto por dona Maria do Carmo, de frequentar as aulas do ginásio no Marquês de Santa Cruz, em São Raimundo. Mas o cinema levava sempre vantagem, o que certamente explica o meu desempenho mediano nas matemáticas e geografias da vida. Fazia qualquer negócio para não me privar daquele fascinante mundo, sem fronteiras entre a ficção e a vida.2021-03-2504 minNO TEMPO DE EU MENINONO TEMPO DE EU MENINOO porteiro dos nossos sonhosDividia seu tempo entre duas atividades incomuns. Durante o dia e até o final da última sessão, que começava às 8 da noite, era porteiro do cine Ideal. Depois, atravessava a rua e montava seu quiosque na lateral esquerda da praça. A partir de então, boêmios, notívagos e dançarinos, amantes dos deslizantes salões do Sul América, já podiam amenizar a fome deliciando-se com o famoso cachorro-quente do Davi Alcides.2021-03-2004 minNO TEMPO DE EU MENINONO TEMPO DE EU MENINONa fila do cinemaLembro-me de que dávamos sempre preferência a casais enamorados. Explorávamos, com a malícia de bons lobistas, a vaidade e o machismo dos nossos clientes que, diante da mulher amada, não queriam fazer feio, muito menos entrar em fila. Sacavam a carteira do bolso, tufavam o peito e diziam com uma ponta de orgulho e disfarçada naturalidade: “Dois ingressos. Pode ficar com o troco”. Era tudo o que queríamos.2021-03-1104 minNO TEMPO DE EU MENINONO TEMPO DE EU MENINOFrases de MãeAo lado das lições diárias na Cartilha do ABC, gosto mesmo é de voltar ao passado e reviver a facilidade de minha mãe para criar frases de efeito. Algumas delas nada me diziam, outras eu levava dias para entender; outras, ainda, só ao longo do tempo e da vida eu fui decodificando. Cada uma de suas frases tinha um endereço certo e revelava o seu estado de espírito diante das mais variadas circunstâncias.2021-03-0404 minNO TEMPO DE EU MENINONO TEMPO DE EU MENINOMeu cinema ParadisoSempre que me perguntam qual o filme de minha vida, respondo na bucha: “Cinema Paradiso”, de Giuseppe Tornatore. Durante anos, da meninice à adolescência, grande parte de meu tempo foi vivida naquele mundo mágico chamado cine Ideal. Ficava em São Raimundo, onde me criei.2021-02-2304 minNO TEMPO DE EU MENINONO TEMPO DE EU MENINOOs ônibus de minha meniniceJá os ônibus de minha meninice eram bem diferentes. Cada um era único e tinha características que nos permitiam identificá-lo a distância. Tanto que nos dávamos o direito de pacientemente aguardar não um, mas o ônibus, aquele com o qual, por circunstâncias várias, tínhamos construído laços de afeição e carinho. E não estou falando do motorista, que, por sua empatia, também ajudava a despertar essa preferência, mas do veículo mesmo! Verdadeiramente os ônibus de minha meninice tinham alma, caráter, personalidade. Tinham nome! Nome próprio em letras colorida...2021-02-1709 minNO TEMPO DE EU MENINONO TEMPO DE EU MENINONo tempo das boiadasImpossível conter nossa alegria e admiração, quando vislumbrávamos, ao longe, a silhueta do nosso herói cavalgando elegantemente em direção ao barco, ancorado a alguns metros da praia e pronto para liberar sua carga e nossa emoção. Montado em seu vistoso cavalo de crinas salientes e todo paramentado, o bom vaqueiro farejava, de longe, o seu grupo de pequenos fãs. Tufava o peito e forçava as esporas na barriga do animal, que passava a cavalgar em ritmo sincronizado de bailado. Depois, erguia com vaidade a cabeça e exibia o chapéu de cor marrom, o...2021-02-0504 minNO TEMPO DE EU MENINONO TEMPO DE EU MENINOTeoria de LavoisierUma coisa chama outra. Dias desses estava eu lembrando os tempos em que a natureza tinha um papel auxiliar decisivo como provedora de nossa alimentação. As casas tinham quintais imensos, sempre repletos de árvores frutíferas; as cercas a separar os terrenos eram raras e nos permitiam trânsito livre por aquela abundância que a natureza colocava ao nosso dispor. Diria, portanto, que não eram tempos de miséria, pois de fome não se morria, mas de uma fartura diferente que, para os limites do pequeno mundo por nós habitado, nos contentava e nos fazia felizes. O...2021-01-2805 minNO TEMPO DE EU MENINONO TEMPO DE EU MENINOOs cinemas de minha meniniceNão gosto dos cinemas de hoje. São extremamente impessoais. Ficam escondidos e acanhados no interior desses templos de consumo chamados shoppings. São divididos em diferentes salas cuja identificação se resume unicamente a um número frio. “Sala 1”, “sala 6” e por aí vai. Há sempre a preocupação de homogeneizar esses espaços. Pouco ou nada têm de diferentes entre si. A distinção se dá muito mais pelo título do filme em exibição. Decididamente, não gosto dos cinemas de hoje. Eles são destituídos de cara, de personalidade, de características próprias.2021-01-2105 minNO TEMPO DE EU MENINONO TEMPO DE EU MENINOEscamboZorro, Mandrake, Superman, Batman e tantos outros heróis circulavam de mãos em mãos e de casa em casa a cada semana. E assim aquelas fantásticas viagens de leitura e de aventuras estonteantes iam, aos poucos, forjando em todos nós uma compreensão de mundo e de justiça. Só mais tarde, bem mais tarde, descobrimos serem apenas belas e inesquecíveis fantasias da infância.2021-01-1405 minNO TEMPO DE EU MENINONO TEMPO DE EU MENINOMeu conto de NatalA princípio longe, o som marcado por uma doce melodia foi-se aproximando e se misturando àquele estado em que a embriaguez do sono é tão envolvente quanto a ansiedade de acordar. Num lampejo de lucidez, lembrei-me da razão das inquietações daquele dia e daquela longa noite, dei um salto para a beira da rede, segui a direção da cativante melodia e, tomado por um súbito encantamento, pude visualizar um objeto cônico a refletir o multicolorido de um arco-íris. Contagiado pela alegria, desci da fianga, deitei-me no chão e pude curtir sem pressa o giro sereno...2020-12-2204 minNO TEMPO DE EU MENINONO TEMPO DE EU MENINOOs sem-cacimbaSó depois de muitos anos, já adolescente, me dei conta. A pobreza não nos permitira ser proprietários nem mesmo de uma cacimba. Nem das mais simples. Sim, porque aqueles empreendimentos eram reveladores não só de flagrantes diferenças de classe social como também de famílias que, como se dizia antigamente, eram remediadas. Os vizinhos da esquerda, por exemplo, se enquadravam nessa categoria. Além de uma cacimba de alto padrão, mantinham como patrimônio, em uma das três janelas da casa, um quiosque onde vendiam frutas, verduras e, sobretudo, bananas das mais diversas espécies e ap...2020-12-1705 minNO TEMPO DE EU MENINONO TEMPO DE EU MENINOUma Santa CasaDe nossa parte, havia uma razão especial para nos alegrarmos sempre que ouvíamos o barulho de Mãe limpando os sapatos no batente da porta. Além da bolsa de napa, trazia consigo uma sacola que servia de mote para nos sentarmos em um dos bancos em redor da velha mesa de madeira. Da sacola, retirava duas dessas latas pequenas de leite Ninho e abria a tampa de cada uma com auxílio do cabo de uma colher. Pronto. Os pratos azuis de esmalte faziam a festa. A comida excedente dos enfermos, mesmo esbranquiçada e sem um pingo...2020-12-1006 minNO TEMPO DE EU MENINONO TEMPO DE EU MENINOCoisas de MãeÉramos fãs incondicionais daquela criatividade de Mãe. E esse sentimento não se limitava apenas aos frangotes. Os mais taludinhos e até os já marmanjos, quase donos de suas ventas, como ela bem dizia, não hesitavam em rodeá-la naqueles encontros diários que aconteciam como extensão do horário do almoço, quando nos dávamos conta de que os surrados pratos de esmalte, nas cores branca e azul-anil, já estavam vazios e praticamente lavados pelo cuidado de nada deixarmos sobrar. Afinal, pai já havia partido e deixado a viúva com oito rebentos em diferentes idade...2020-12-0105 min