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Brenda Ingryd Alves

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Divagações PoéticasDivagações PoéticasLetícia Lopes: Os Três Mal-Amados - João Cabral de Melo NetoO amor comeu meu nome, minha identidade, meu retrato. O amor comeu minha certidão de idade, minha genealogia, meu endereço. O amor comeu meus cartões de visita. O amor veio e comeu todos os papéis onde eu escrevera meu nome. O amor comeu minhas roupas, meus lenços, minhas camisas. O amor comeu metros e metros de gravatas. O amor comeu a medida de meus ternos, o número de meus sapatos, o tamanho de meus chapéus. O amor comeu minha altura, meu peso, a cor de meus olhos e de meus cabelos. O amor comeu m...2021-05-1303 minDivagações PoéticasDivagações PoéticasNayane Diniz: Clareira - Adélia PradoSeria tão bom, como já foi, as comadres se visitarem nos domingos. Os compadres fiquem na sala, cordiosos, pitando e rapando a goela. Os meninos, farejando e mijando com os cachorros. Houve esta vida ou inventei? Eu gosto de metafísica, só pra depois pegar meu bastidor e bordar ponto de cruz, falar as falas certas: a de Lurdes casou, a das Dores se forma, a vaca fez, aconteceu, as santas missões vêm aí, vigiai e orai que a vida é breve. Agora que o destino do mundo pende do meu palpite, quero um casal de compadres, molécula de s...2021-05-1001 minDivagações PoéticasDivagações PoéticasThaís Lima: Te Olho Nos Olhos - Ana CarolinaTe Olho Nos Olhos - Ana Carolina Te olho nos olhos e você reclama Que te olho muito profundamente. Desculpa, Tudo que vivi foi profundamente... Eu te ensinei quem sou... E você foi me tirando... Os espaços entre os abraços, Guarda-me apenas uma fresta. Eu que sempre fui livre, Não importava o que os outros dissessem. Até onde posso ir para te resgatar? Reclama de mim, como se houvesse a possibilidade... De me inventar de novo. Desculpa...se te olho profundamente, Rente à pele... A ponto de ver seus ancestrais... Nos seus traços. A ponto de ver a estrad...2021-05-0701 minDivagações PoéticasDivagações PoéticasFernanda Gomes: Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios - Marçal AquinoOs últimos textos escritos por Viktor Laurence foram cartas, bilhetes, recomendações. Seu testamento. É fácil imaginá-lo sentado de roupão à mesa colonial da sala, xícara fumegante de chá inglês ao lado, a pele da mão ainda amarelada pela luz do abajur, escrevendo com sua caligrafia rebuscada, cheia de floreios, rodeado por livros que, dá pra afirmar sem medo de engano, ele amou muito mais do que as pessoas que conheceu no mundo. Vários cômodos do sobrado hospedaram torres oscilantes de livros. Viktor lia em quatro ou cinco idiomas. Tinha aquela capacidade encantadora de falar de person...2021-05-0401 minDivagações PoéticasDivagações PoéticasMichelle Maciel: Vozes-Mulheres - Conceição EvaristoA voz de minha bisavó ecoou criança nos porões do navio. ecoou lamentos de uma infância perdida. A voz de minha avó ecoou obediência aos brancos-donos de tudo. A voz de minha mãe ecoou baixinho revolta no fundo das cozinhas alheias debaixo das trouxas roupagens sujas dos brancos pelo caminho empoeirado rumo à favela A minha voz ainda ecoa versos perplexos com rimas de sangue         e         fome.   A voz de minha filha recolhe todas as nossas vozes recolhe em si as vozes mudas caladas engasgadas nas gargantas. A voz de minha filha recolhe em si a fala e o ato. O o...2021-05-0201 minDivagações PoéticasDivagações PoéticasSintia Lopes: Favorita - Rita LeeFragmento retirado do livro FAVORITA: Você pode pensar que minha velha jabuti está entregando os pontos. Não, ela apenas vive frugalmente dentro do seu velho casco torcendo para que a morte seja um breve suspiro, agradecendo às inspirações que me mantiveram viva sem perceber que respirava. Quando criança, me achava imortal, prevendo zilhões de aventuras pela frente quando o tempo passava devagar, me dando uma certa ansiedade de querer fazer tantas coisas quanto sonhasse minha vã existência. Eu fui uma jovem jabuti cheia de entusiasmo e curiosidade, meu casco era viçoso e leve. Mal sabia eu do...2021-04-2901 minDivagações PoéticasDivagações PoéticasLuana Vinuto: Ausência - Vinícius de MoraesEu deixarei que morra em mim o desejo de amar os teus olhos que são doces Porque nada te poderei dar senão a mágoa de me veres eternamente exausto No entanto a tua presença é qualquer coisa como a luz e a vida E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto e em minha voz a tua voz Não te quero ter porque em meu ser tudo estaria terminado Quero só que surjas em mim como a fé nos desesperados Para que eu possa levar uma gota de orvalho desta terra amaldiçoada Que ficou...2021-04-2701 minDivagações PoéticasDivagações PoéticasNathália Silva: Retrato - Cecília MeirelesNathália Silva: Retrato - Cecília Meireles Eu não tinha este rosto de hoje, Assim calmo, assim triste, assim magro, Nem estes olhos tão vazios, Nem o lábio amargo. Eu não tinha estas mãos sem força, Tão paradas e frias e mortas; Eu não tinha este coração Que nem se mostra. Eu não dei por esta mudança, Tão simples, tão certa, tão fácil: — Em que espelho ficou perdida a minha face?2021-04-2600 minDivagações PoéticasDivagações Poéticas@Dany.se: Eu... - Florbela Espanca@dany.se: Eu... - Florbela Espanca Eu ... Eu sou a que no mundo anda perdida, Eu sou a que na vida não tem norte, Sou a irmã do Sonho,e desta sorte Sou a crucificada ... a dolorida ... Sombra de névoa tênue e esvaecida, E que o destino amargo, triste e forte, Impele brutalmente para a morte! Alma de luto sempre incompreendida!... Sou aquela que passa e ninguém vê... Sou a que chamam triste sem o ser... Sou a que chora sem saber porquê... Sou talvez a visão que Alguém sonhou, Alguém que veio ao mundo p...2021-04-2400 minDivagações PoéticasDivagações PoéticasCarla Morais: Maria Bonita - Myriam Fraga@socarlamorais: Maria Bonita - Myriam Fraga. Esta noite em Angico A brisa é calma. No silêncio farfalham Minhas anáguas Como farfalham asas E no escuro minha carne Cheira a mato. Vem meu amor e lavra Este roçado Como quem quebra Um cântaro, Como quem lava A casa; Águas frescas na tarde. Tuas limpas carícias, Teus dedos como pássaros E teu corpo que arde Como estrelas No espaço. Não quero tua candeia, Só meus sonhos acesos E eu te direi de nácar, Terciopelo, Coisas antigas, pelo de Leoa; voz de cego na feira. Não quero te...2021-04-2305 minDivagações PoéticasDivagações PoéticasPalácio Quebrado - Grateful DeadUma releitura da música Brokedown Palace da banda americana Grateful dead2021-04-2101 minDivagações PoéticasDivagações PoéticasTrovoa - Maurício PereiraDeclamação da música de Maurício Pereira2021-04-2103 min