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Cacofonia Poetica

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Cacofonia PoéticaCacofonia PoéticaHoje comprei uma panela de pressão | por Hamilton MoreiraHoje comprei uma panela de pressão. Coisa tão banal, corriqueira, Andar pelo centro da cidade, olhar atento Nos preços, na qualidade dos produtos, Na estética dos rótulos, alguns bregas, Outros arrojados e com ares de modernidade. Seleciono a panela ideal, sua marca remete a tempos passados, Quando era sonho de consumo das famílias proletárias. E entre um olhar e outro pelo corredor da loja, Onde jazem outras panelas similares, A imagem de um rosto explode na minha mente Como uma panela de pressão defeituosa. A água, excitada pelas chamas do fogão, transforma...2023-02-1902 minCacofonia PoéticaCacofonia PoéticaLixo - (Enquanto os nossos mortos) por Roy SOLLONEnquanto nossos mortos não tiverem voz qualquer poesia é lixo e toda felicidade é mentira. Nenhum dos nossos está a salvo caso o inimigo vença e este inimigo não cessa de vencer. O cheiro que antecede a chuva é nosso chamado. Nossa manhã prometida. Porta entreaberta em nosso aguardo que em vão adiamos a entrada e os relógios perdem sincronia. Enquanto nossos mortos não tiverem vez qualquer lixo é poesia e toda mentira é uma felicidade. De Roy Sollon @roysollon Sobre o Canal “Cacofonia Poética” é um projeto feito por e para artistas, poetas, escritores e por que não músicos inquietos...2023-02-1900 minCacofonia PoéticaCacofonia PoéticaTEM UMA FACA POR MARIA FERNANDA PORTOLANITem uma faca no meu pescoço. Mas, Ela não está apontada Não Ela está no meu pescoço Eu a sinto gelada Pontuda Cheia de insinuações Desejos de sangue Desejos de voz Tem uma faca no meu pescoço Que ainda não cortou A casca dura e frágil Eu, sigo marcada com uma faca (Que ainda não consegui tirar) Do pescoço. Eu já achei Que havia nascido Para inundar as ruas De poesia E resistência Mas descobri que Sendo mulher Preciso ter o corpo inteiro Para aguentar E resistir A tanta porrada. E a ma...2023-01-1501 minCacofonia PoéticaCacofonia PoéticaAUTOFAGIA - de MARCELE M.Autofagia Presa em cárcere privado dentro da sua mente Refém de um carrasco cruel que a tortura psicologicamente E desse sentimento oco que atravessa o ambiente Açoitando-a por existir tão mediocremente De aparência incólume Inaudiveis são os gritos que silenciosos e agudos lhe rasgam por dentro Tornam difícil respirar Contraditoriamente querendo pulsar E no frio do seu cativeiro desaparece embaixo do cobertor do medo Não era pra rimar Questiona o existir Se não consegue inspirar, o que ainda faz aqui? E o fantasma da incompetência? Te assusta? A corda da vã exist...2023-01-0301 minCacofonia PoéticaCacofonia PoéticaCIDADÃO ANÔNIMO - poeta anônimo por Elis de Castro AlonsoCIDADÃO ANÔNIMO O homem comum, o homem da rua, o homem da roça, que vive o dia-a-dia sofrendo ou feliz da terra pátria, - mais aquele do que este; que procure educar se e aos seus, onerando ao mínimo a sociedade, livrando-se das perigosas tramas que ela encerra; que paga imposto e obedece à lei; que pensa e coopera, e que se espera pelo bem comum; que foge à permissividade, que ajuda constrói, ou não se omite fácil nos embates do mundo ... Um patriota, enfim! Anônimo, não por cavilosa covardia ou por vergonhosa o...2022-12-1301 minCacofonia PoéticaCacofonia Poética3o EP do PODCAST PARA ONTEM - Entrevista com WALTER TITZ NETONesta entrevista, tive a oportunidade de conversar com Walter Titz Neto, que nos contou sobre sua relação com a cultura e teceu reflexões sobre cultura e revolução. Foi uma conversa muito profunda e terapêutica acerca dos desafios culturais que enfrentamos no Brasil de hoje. “Cultura não faz revolução, mas sem cultura não se faz revolução!” Esperamos que gostem!! Entrevista realizada dia 24/11/2022 Entrevistadora Elis Alonso Entrevistado Walter Titz Neto Agradecimento aos camaradas Lillian e João locação onde foi realizada a entrevista. _________________ Edição do áudio - Luís Neto Arte - Elis Alonso e Allan Bra2022-12-0745 minCacofonia PoéticaCacofonia PoéticaFOBIAS - de WALTER TITZ NETOQuando olho para cima há uma aranha. Não um céu nem mesmo um teto. Uma aranha no vazio da minha visão quando olho para cima. Paraliso, será fobia ou será greve? Será grave? Osteomioarticularmente paralisado, porque sinto o coração pulsar rápido e forte, a temporal latejar, o tempo ruir, vontade de chorar. Cisco, lacrimejo, olho para cima e tem uma aranha na minha retina. Caem lágrimas e mais lágrimas, a aranha se anima e dança no globo dos meus olhos com suas muitas pernas compridas e felpudas. As lágrimas escorrem soltas, não precisa o...2022-11-2501 minCacofonia PoéticaCacofonia PoéticaMATA PEÇAS por Allan BrasilA garganta do motor grita, rugido oco de hálito ferroso Par perfeito do tilintar indiferente do cartão que bate às 7 E se às 7 não bateu, fim do mês logo ali, tanto mais curto será o equivalente geral Que assim como o trabalho abstrato, a pilhagem concreta se mede em horas Mas isso, ao menos, não há de ser problema hoje Pois, se de mal dormido meu corpo geme, o holerite sem desconto canta Ainda que seja uma canção de justa ira insatisfeita Espremo o ferro entre os dentes, não os meus, claro Da morsa, sim...2022-11-1002 minCacofonia PoéticaCacofonia PoéticaPRESENÇA DE ESPÍRITO | POR ROY SOLLONPresença de espírito A esperança é, ela mesma, quase sem fundamento. Todo o mundo está suspenso nessa palavra "quase". Essa palavra é uma linha fina fiada à mão. Faca cortante afiada à pedra perdida no chão. "Já, mas ainda não!" brada a esperança e silencia. Sussurro único: "quase" é um agora inadiável. Poeta: Roy Sollon | Interprete : Roy Sollon Arte Elis e Allan Canal Cacofonia Poetica Poesia e pensamento crítico andando de mãos dadas! Confira a publicação da semana: de Roy Sollon | Intérprete : Roy Sollon [link na bio] Entre em contato para enviar sua poesia e ser publicad...2022-10-2403 minCacofonia PoéticaCacofonia PoéticaDe lá além-mar... por Marcela CavallariDe lá além-mar Onde a colônia afundava a todo vapor nas dívidas do tesouro Faltava farinha para fazer o pão Na ilha de Marias, onde a comida se cozia no buraco do vulcão Cansada da falta de pão E do marido alcoólatra Capaz de mergulhar de escafandro pra consertar casco de navio sem saber nadar Para poder no fim do expediente no álcool se anestesiar de suas melancolias Maria, com a filha e a máquina de costura Embarcou no navio que levava além mar Com a promessa de uma terra dourada E fartas op...2022-10-1403 minCacofonia PoéticaCacofonia PoéticaTUDO CANSA TUDO POR HUENDEL VIANATUDO CANSA TUDO tua vida vazia tua obsessão tua incompreensão tua falação tua mão teu não teu pão sem glúten teu leite sem lactose tua sopa insossa teu ser tua tatuagem tua casca teu lastro na multidão tua análise de merda teu pseudoengajamento tua música muda tuas fotos sem foco tua arte pobre teu ego teu ego tuas reflexões baratas teu mapa astral teu mal tua idolatria tua misoginia tuas carestias tuas fobias tua treta tua fé tua seita teu momento tuas lembranças tuas lambanças teu lamento teu alento teus...2022-10-0700 minCacofonia PoéticaCacofonia PoéticaNO MEIO FIO de ROY SOLLON por ELIS ALONSODo chão prenhe de aflição entre os capins secos no meio fio, nasce retorcida a flor de fúria e fogo. Lânguida como gente faminta e exausta, porém, vigilante e acesa. A contraluz, a contrapelo, como o zelo de Prometeu (ou Lúcifer) clareando o breu, ela incendeia o dia e a vida banal ordinária e cíclica tal qual castigo infernal. Pois é tímida e torta como os que nascem nas sombras, mas luminosa e certa como silenciosa promessa. Poesia de Roy Sollon Interpretação Elis Alonso Arte/audiovisual Elis Alonso e Allan Brasil Apoio Coletiv...2022-09-1600 minCacofonia PoéticaCacofonia PoéticaDIREITO DO HOMEM - por ELIS ALONSOCidadão de Bens Colecionador de Vintens Tudo tudo por direito Se apropria por direito Se é empresário? Contrata por direito Explora por direito Despeja por direiro Destrói a Terra por direito Tudo tudo por direito Sanguessuga por direito Homem íntegro, Puro ímpeto, até Casa por direito Bate nela por direito, Mata ela por direito Pula a cerca, por direito consome a puta com direitos Tudo tudo por direito Mora em casa por direito Tem 3 casa , 5 carro, 3 mansão Tudo tudo por direito Come por direito Mesa farta por direito Estudo, cultura, lazer Consome e consome pro seu bel prazer...2022-09-0901 minCacofonia PoéticaCacofonia Poética2o EP - CULTURA E LUTA POLÍTICA - Entrevista com Michel VianaNo segundo episódio do nosso podcast "Para Ontem”, tivemos a ilustre presença de Michel Leite Viana, poeta da periferia da Baixada Santista que escreveu dois livros: “Eu sou periferia” e “Geral no parque'', em que transforma em arte a realidade do povo da sua quebrada. Para além de poeta-escritor, Michel é professor, sindicalista e hoje está candidato a Deputado Federal. Nesse especialíssimo episódio, conversamos, entre muitas coisas, sobre o trabalhador da cultura e a necessidade de organização política dessa categoria, além da urgência de ajudar nossos colegas de profissão a se entenderem como traba...2022-09-0846 minCacofonia PoéticaCacofonia PoéticaCANÇÃO SEM FRONTEIRAS - La Canción de Nosotros) de Walter Titz Neto30 de Agosto – Dia Internacional sobre Vítimas de Desaparecimentos Forçados “Um militar sem formação política, ideológica, é um criminoso em potencial” Thomas Sankara **@CPSMVJ (facebook) Coração sem fronteiras (La Canción de Nosotros) De repente chamas De repente cinzas olhos que cheiram à saudade mareados vermelhos de brisa La canción de Nosotros pobres da América Latina De repente colombiana De repente argentina os olhos volteiam o passado as mortes desaparecidas Não passarão! criminosos militares fascistas De repente hoje De repente pinta uma mulher negra a vingar às milhões de mulheres clandestinas no terror do lar desse gov...2022-08-3000 minCacofonia PoéticaCacofonia PoéticaPRESTES MAIA 1945 (folhas de álbum) POR ALEXANDRE BARBOSA DE SOUZAPRESTES MAIA 1945 (folhas de álbum) para Francisco Barbosa de Souza, in memoriam As casas avançam para a rua As ruas fogem Um carro vem lá do fundo da fotografia Na estrada de terra para o Cupecê O clube dos meninos operários nos lagos de Santo Amaro Uma sombra de sapucaia ou jataí Mármore granito macadame Mosaico da antiga praça do Patriarca Os cavalos do friso do Itororó A plataforma espacial do bond Caipirada fascista tupinambá decô Poeta e Interpretação Alexandre Barbosa de Souza Arte Elis e Allan _______________________________________________ Produtor e Editor Luís Neto Allan Brasil - Desenhista e...2022-08-2500 minCacofonia PoéticaCacofonia Poética1o EP - ENTREVISTA CAIO FORSTERNo episódio de estreia do nosso podcast “Para ontem”, tivemos a imensa honra de conversar com Caio Forster, que além graduado em Pedagogia e Educação Musical pela Universidade Metropolitana de Santos, de ser 1° Viola da Orquestra Municipal de Guarujá, de sua forte experiência na área das artes, com ênfase na produção de eventos e vivencias musicais diversas, de ser o idealizador e diretor de execução do projeto Maratona Cultural Orquestra na Rua e do Festival Santista de Artistas de Rua... Ufa!... Além de tudo isso, Caio Forster é rastafari e gente boa! E nesta conversa, vai conta...2022-08-151h 10Cacofonia PoéticaCacofonia PoéticaCONSERVADOR - por BRUNO ROSÁRIOConservador cê conserva tanto preconceito, conversa pelos cotovelos. Tu vê-los, teus conceitos, sem revê-los direito, cês não enxergam direito, relevaram muito fácil suas contradições e seus erros. Que bons costumes são esses que costumam me dar ânsia? Desinformação, intolerância e o louvor à ignorância. Tenho pavor desse sabor de água benta envenenada com ganância, trauma e dor, fragância de almas torturadas. Terapias que não foram dadas, matérias que não foram estudadas, e uma eterna injustiça na vida que nunca deu em nada. Mais fácil abraçar o impossível e...2022-08-1201 minCacofonia PoéticaCacofonia PoéticaNO BOLSO, NADA - de JOECIO DANTAS, vulgo NozinhoNO BOLSO NADA Joecio Dantas, vulgo Nozinho No rastro do absurdo Na aflição real Na escaldante miséria Sem sombra de capital No bolso, nada No bolso, nada É um vácuo, um papo vazio Curva de rios, Tantos desafios, Ruas sem saída, Pensamentos vadios No bolso, nada No bolso, nada No caminho, o obstáculo No obstáculo, a vitória Na vitória, a glória Na ação, reação No coração, emoção Na mente, a razão No bolso, nada No bolso, nada Somente a razão Arte Elis e Allan Apoio Coletivo Cultural Vianinha ...2022-07-2900 minCacofonia PoéticaCacofonia PoéticaPalestina ‎فلسطين | de WALTER NETO TITZ por ELIS ALONSOPalestina فلسطين Na Costa Sul da África onde a humanidade nasceu entre as monumentais cadeias montanhosas naquele anfiteatro dos sonhos cantei teu nome Ao Norte do Rio Mississipi entre suas ilhas de charcos congelados outrora planalto ensolarado ali naquela neve selvagem escrevi teu nome Ao Sul do Chile entre irmãs e irmãos Mapuche compartilhando o fogo ancestral naquela terra sagrada cultivei teu nome A Nordeste do Brasil na língua ventral do povo brasileiro na cidade da Bahia, terreiro de Xangô em iorubá orei teu nome No Alto do Pico Turquino em Cuba cuna revolucionária, Meca latina naquela pátria campes...2022-07-2101 minCacofonia PoéticaCacofonia PoéticaRECADO PARA GRUDAR NO ESPELHO | JEFF VASQUESRECADO PARA COLAR NO ESPELHO Você não é especial, amigo. Te digo isso com o carinho – e com a corriqueira indiferença – de quem diz “saúde!” a um espirro. Você não é especial. Melhor que te diga isso esta voz tranquila dum poema que nutre tua solidão clandestina (em que – oh, tão único! – só você se imagina.) Menos, querido, menos. Três passos atrás e tua imagem já se embaça no espelho. Insisto, você não é especial… Vocês todos não são. Haverá, talvez, em ti, agora, um riso irônico, uma descrença, ou licença que te proteja de perceber...2022-07-1504 minCacofonia PoéticaCacofonia PoéticaABRE O AMANHÃ, CAMARADA | Fabiano CalixtoABRE O AMANHÃ, CAMARADA Abre a manhã, camarada, com tuas mãos, tuas próprias mãos, calejadas e sanguíneas. Abre a manhã como a uma fruta madura cuja doce polpa repartida alimentará a todos. Na labuta, prepara a luta, acende o sol que derrama luz sobre o dia material, de café, manteiga e pão, de suor e susto, de trabalho proletário nas fábricas do mundo. Abre a manhã, camarada, como à janela da casa, como ao coração antigo do bairro – este bairro que canta o fim do Estado burguês em cada uma de suas casas, ruas e viela...2022-07-0701 minCacofonia PoéticaCacofonia PoéticaAquela noite cinza e a Maloka - poema de Emerson Poeta Morto |intérprete Elis CastroAquele dia cinza e a maloka. Emerson P. Morto (Instagram @e_mersoi) Dia cinza quebra a rotina. As ruas vazias fazem dançar o silêncio que parece estagnar o tempo. No pensamento sem alimento... oohh Sofrimento, essa noite vai ser aquele perrengue. Vê a cidade ali parada de esquina a esquina. Portas abaixadas, faz até pensar em liberdade. Mas logo vem a realidade... Descendo a rua, vem a barca na minha frente, quase parando. Gritou! O giro flex na minha cara... Não para, não para, não para! A minha mente repete angustiada. Dia molhado e ainda com esc...2022-06-3003 minCacofonia PoéticaCacofonia PoéticaOTAN por Roy SollonÀ essa hora tâmaras e vidas são roubadas na Palestina. Dentre os frutos o mais doce furto. Entre os muros de um Apartheid, morrem mães grávidas de crianças sem futuro. Os noticiários cantam a elegia de uma Europa idílica moribunda e indefensável, ainda sim, vitoriosa e civilizada, pura e imaculada… À cada dois minutos dessa mesma hora uma mulher é agredida no mais extenso país da América do Sul. Os noticiários, as Nações Unidas, a União Europeia, rangem os dentes e lamentam por pessoas de pele alva, alvo de projéteis e explosões. Ai...2022-06-2409 minCacofonia PoéticaCacofonia PoéticaGREVE MARGINÁLIA de Walter Neto Titz por Caio RomaGreve Marginália - para o camarada Cássio e o povo do Macuco No fim da Senador Dantas, à beira do cais, um filho do cabrunco canta amantes perdem-se em ais É noite alta já, Severino pensa em Ferraz enrola a fumaça do chá e canta um pouco mais - viola e homem feitos sabiá em Santos na beira do cais Olêlê Lalá Aqui é o fim do mundo deu-se o Severino a pensar a boca ardendo de tanto fumo e tanto ódio pra soprar da fome, do medo e muito Olêlê Lalá Na viola Gilberto Gil os amantes sabem cantar no...2022-06-1601 minCacofonia PoéticaCacofonia PoéticaÀ Margem de Alexandre Barbosa de SouzaÀ margem, Onde não caem estrelas, Conjuga-se o vergar das vigas mestras. À margem, Conspiram negras miragens, Atentas como espelhos. À margem estão Os insones do século, Febris pela ausência que se nota; Tatuada no silêncio, Presa às costas. Poema de Alexandre Barbosa de Souza (interpretado pelo autor) Arte Elis e Allan Apoio Coletivo Cultural Vianinha _____________________________ Allan Brasil - Desenhista e Instigador Elis Alonso - Poetisa,Design e Palhaça Michel Viana - Escritor e Poeta da Periferia Luis - Provocador e Parceiro Marina Lima - Articulação e Pesquisa Alexandre Barbosa de Souza - Poeta e Tradutor Roy - Poeta...2022-06-0900 minCacofonia PoéticaCacofonia Poética“A volta do chicote” de Roy Sollon | Intérprete : Elis AlonsoNa volta do Chicote Muito prazer, meu nome é esquiva desde cedo aprendi o segredo da mandinga na tortuosa via das encruzilhadas da vida Minha voz é muitas vozes do subterrâneo, do subcutâneo, da epiderme como a minha cor de pele resistindo à caça dos navios aos camburões e a você que me vê e me ignora e que ri quando devora o trabalho precioso que duramente construí. Mas há de chegar a sua hora, o seu dia de expiação, quando o perdão será possível na justiça da ação, A volta do chicote, nossa mútua salvação. Poe...2022-06-0300 minCacofonia PoéticaCacofonia PoéticaCANÇÃO COM TODOS | Armando Tejada GómezCANÇÃO COM TODOS Saio a caminhar pela cintura cósmica do sul piso na região mais vegetal do vento e da luz Sinto ao caminhar toda a pele da América na minha e anda em meu sangue um rio que libera em minha voz sua torrente. Sol do alto Peru, rosto Bolívia, estanho e solidão,um verde Brasil,beija meu Chile cobre e mineral. Subo desde o sul até a entranha América e total, pura raiz de um grito destinado a crescer e a explodir. Todas as vozes, todas todas as mãos, todas todo o san...2022-05-2701 minCacofonia PoéticaCacofonia PoéticaE AQUIE aqui poema de Che Guevara “Sou mestiço”, grita um pintor de paleta viva, “sou mestiço”, me gritam os animais perseguidos, “sou mestiço”, clamam os poetas peregrinos, “sou mestiço”, resume o homem que me encontra na diária dor de cada esquina, e até o enigma pétreo da raça morta acariciando uma virgem de madeira dourada: “é mestiço este grotesco filho de minhas entranhas”. Eu também sou mestiço em outro aspecto: na luta em que se unem e repelem as duas forças que disputam meu intelecto, as forças que me chamam sentindo de minhas vísceras...2022-05-2000 minCacofonia PoéticaCacofonia PoéticaVerbo Irregular | Roberto Jorge SantoroSérie Poemas Latino Americanos. de Roberto Jorge Santoro “eu amo tu escreves ele sonha nós vivemos vós cantáis eles matam.” Poesia de Roberto Jorge Santoro - Argentina 1939 - 1977 Interpretado por Elis Alonso Direção Allan Brasil Allan Brasil - Desenhista e Instigador Elis Alonso - Poetisa, Design e Palhaça Michel Viana - Escritor e Poeta da Periferia Luis - Provocador e Parceiro Marina Lima - Articulação e Pesquisa Alexandre Barbosa de Souza - Poeta e Tradutor Roy - Poeta e Filósofo _________________________________ E-mail: cacofonia.poetica@gmail.com Instagram:@cacofoniapoetica Apoio Coletivo Cultural Vianinha @coletivovianinha_sp “Roberto Jo...2022-05-1300 minCacofonia PoéticaCacofonia PoéticaTRABALHO por Rafael AyresTRABALHO Licença moço, Vim mostrar meu trabalho. Olho o mundo, Penso as ideias, Coloco no papel Taí o trabalho. Você diz que é arte Tu és poeta! Eu digo trabalho Moço, é trabalho! Eu como Eu danço Eu vivo Eu escrevo Eu trabalho Trabalho não é só ganhar dinheiro Arte não é só fazer coisa bonita E aqui não é uma coisa nem outra, Eu trabalho. Poesia de Rafael Ayres Interpretado por Rafael Ayres Apoio Coletivo Cultural Vianinha @coletivovianinha_sp Viny WE - Produtor e Editor Allan Brasil - Desenhista e Instigador Elis Alonso - Poetisa,Design e Palhaça Michel Vi...2022-05-0400 minCacofonia PoéticaCacofonia Poética“Porque é vermelha a Bandeira do Poder Popular. por Gabriel Borem“Porque é vermelha a Bandeira do Poder Popular. Hoje, sou arte sendo história. Nas ruas, passo por poesia. Hoje, sou brasileira como a tinta roubada do Pau-Brasil. Como pintura ancestral da guerra. Como o sangue arrancado por chibata ou por bala. O rubro céu colorido pela alvorada. Hoje, evoco um País livre! Aqui e agora, a Pátria é liberada, pela maioria que trabalha! Hoje, é tempo de dizer: Basta! Ao sinal verde para a Ordem que explora e mata. À bile amarela do Progresso e avanço da barbárie. Hoje, me desfaço das cores da colônia. Cobro os juros das p...2022-04-2701 minCacofonia PoéticaCacofonia PoéticaA cartadaA Cartada Quando a magia inspira o verso a boemia chama  Papel em branco risco versos a poesia inflama Noites em claro um batuque que revela o samba  Onde o malandro tece linhas caminho de bamba Sinto o embalo do repique  o carpo se faz dança Onde o profano e o sagrado  formam aliança Puxa uma carta do baralho  a dama está presente  Sorriso atiça a sintonia o clima fica quente Entende e sente tem que fazer direito Não basta ser malandro  tem que ter respeito  Versos em preto a cartada na mesa a musa dos meus versos  ...2022-04-1501 minCacofonia PoéticaCacofonia PoéticaCaixa de FósforoVocê acorda, faz frio. É quase agosto. Agarra-se às palavras ao te interpelarem pelo celular: Informes climáticos, reportagens, noticiários, conversas amistosas, flertes efêmeros e insossos… Não o faz para ver a vida em seu fluxo Tampouco para duvidar melhor de suas imposições Nem mesmo ainda para sentir a Terra sob seus pés transladar-se em sua dança Visita os jornais, os seriados, os filmes, os aplicativos e demais ansiolíticos da alma Para permanecer quieto, calado, encolhido Com os sentidos ocupados Narinas e ouvidos inundados de poeira E assim, quiçá, esquecer: Que mora numa caixa de fósforos há d...2022-04-0901 minCacofonia PoéticaCacofonia PoéticaQuando o fraudulentoQuando o fraudulento Bush Khan Rasgou a Carta das Nações Declarando-se Dono do Mundo Senhor dos Homens Na mesma noite sonhei que era Joana d'Arc Dos Matadouros Sendo levado à fogueira Sobre vivendo a 451 Fahrenheit   Era a massa parda baleada da humanidade Meu único bem eram calos, cicatrizes   Então vieram os tecelões da Silésia Com sua bandeira de trapos em chamas   A liga das barricadas traídas Leal apenas aos peregrinos famintos E à memória dos mártires meninos Poeta e Interpretação Alexandre Barboza de Souza  Edição Viny We Arte Elis e Allan _______________________________________________ Viny WE - Produtor e Editor...2022-04-0100 minCacofonia PoéticaCacofonia PoéticaPara todos os camaradas que caíram nesse século de lutasCem anos do PCB (p/ todos os camaradas que caíram nesse século de lutas) Um século é um tempo longo para quem tramou o futuro nas sombras e driblou o perigo em cada esquina. Um século é um tempo largo para quem encantou a esperança e mordeu o pesadelo cativando a ternura. Um século é um tempo vasto para quem dormiu com o perigo e teceu fios clandestinos em cada canto de sombra. Foram tantos anos de luta e tantos outros que virão. Cada um a seu tempo sempre namorando o futuro e seduzindo a ousadia nas franja...2022-03-2502 minCacofonia PoéticaCacofonia PoéticaÉ o que dizemÉ o que dizem  poeta: Michel Leite Viana (presente no livro “Gotas de vinagre” volume 3) Dizem que quando morremos  nos tornamos todos iguais  Sem dor, sem pranto. O pobre o rico, o amarelo e o índio, o preto e o branco Dizem que ganhamos o descanso na moradia da paz, e direito a sete palmos de terra junto aos nossos ancestrais. Bom seria se o nascimento igualasse a todos sem dor, sem pranto. O pobre o rico, o amarelo e o índio, o preto e o branco Ganhássemos moradia e um pouco de terra para dar um tranco. Abriria até mão do etern...2022-03-1801 minCacofonia PoéticaCacofonia PoéticaNão nos iludamosNão nos iludamos Não nos iludamos Camaradas, correligionários e irmãos. Há épocas umbralinas na história Travessias crepusculares para noites sem fim. Tempo de corpos puídos e empilhados, de incontáveis ruínas e perdas... Onde todo o pessimismo é pouco Onde toda sorte é escassa E o infortúnio é recorrente Não nos esqueçamos do fogo Das palavras ardentes do açoite Do rosto formigando de ódio Do esgar demoníaco do destino Eis que é tempo de almas perdidas,  falsas promessas e poesia ruim Onde todo o sonho é ínfimo A esperança é um istmo E a penúria é lei Mas não n...2022-03-1101 minCacofonia PoéticaCacofonia PoéticaEmbriagadaEmbriagada Leveza que se transforma  Em risos e certezas Enquanto o mundo Mudo Engole sonhos  Presente massacre E para aturar “me vê daquela, quente , rasga e reta … A mais barata!” Me arranho por dentro, pra não sentir a dor que destrói meus nervos … Insustentável peso do cotidiano   Cotidianamente (Não por desejo!) Sangue, suor e lágrimas  (Sou mais uma Sobrevivente …)  “vê mais uma!” (grito impertinentemente) Embriagar …. solução que cabe no cotidiano desgastado  Nas míseras horas de descanso  Quero um riso Em pleno pântano  Mesmo restando apenas o pranto!  Quero um riso … Não deixarei que veja minhas lágrimas  Minh...2022-03-0502 minCacofonia PoéticaCacofonia PoéticaEnquantoEnquanto à tripa-forra à banca sobra, A turbamulta furiosa se atraca, Tamanho ranço da massa de manobra, Que a tropa sangra ao preço da catraca.   A plebe da estiva virou sócia Das docas à fronteira agrícola, É bucha da clique dos escroques, Da malta que blinda o anestesista.   Os donos da vida, reis das notas frias, Que sirvam de claque ao choque, Aos torpes barões azuis marinhos;   Maldito valhacouto de rentistas! A nós só interessa a debacle Do privilégio patrimonialista. _____________________________________ Poeta: Alexandre Barbosa de Souza | Interprete: Alexandre Barbosa de Souza Edição: Viny We Arte: Elis e Allan...2022-03-0500 minCacofonia PoéticaCacofonia PoéticaPeriferia ReunidaPeriferia Reunida  Alguém gritou  - É formação de quadrilha! Se enganou parceiro compartilhamos aqui só rima, prosa e poesia.  Tráfico só se for de informação.  Assaltamos apenas corações munidos de alegria e dor,  revolta e amor  Muito amor  Muita alegria  Salve, salve  Pátria amada  Periferia. _____________________________________ Poeta: Michel Leite Viana | Interprete:  Michel Leite Viana Edição Viny We Arte Elis e Allan _____________________________________ Viny WE - Produtor e Editor Allan Brasil - Desenhista e Instigador Elis Alonso - Poetisa,Design e Palhaça Michel Viana - Escritor e Poeta da Periferia Luis - Provocador e Parceiro ____________________________ E-mail: cacofonia.poetica@gmail.co...2022-02-1900 minCacofonia PoéticaCacofonia PoéticaO Mínimo por Roy SollonO Mínimo É preciso vingar a infelicidade dos nossos pares pregressos: das mães das nossas mães, das irmãs dos nossos irmãos, cujo rosto não vimos mas cuja voz nos interpela - ou ainda o seu eco, ou ainda o seu sentido buco, ou as pegadas de seus pés descalços, ou os pedaços de seus trapos rotos. Pois é preciso parir do fracasso, no incêndio do avesso de um rastilho apagado, as implosões impedidas - ou sua curta centelha, ou a supernova inaudita, ou a luz abortada, ou a esviscerada certeza de que luta é o...2022-02-1201 minCacofonia PoéticaCacofonia PoéticaVidaDia a dia se desfaz Miro a pele da minha mão Que denuncia o tempo passante O barulho do tic tac aumenta… Enquanto a sensação do tempo parado se expande. Enquanto anestesias e mais anestesias Nos distraem da anistia A construção no tempo assolado pela comédia romântica Que dissimula o peso Dos desejos Torna cada vez mais distante o homem livre O tempo passa … Continua … Ainda que pareça parado Nos reconhecer como classe Aparente tarefa secundária Estou cansada Não tenho tempo para acreditar Afogado em necessidades mesquinhas Olho através da janela eletrônica O tem...2022-02-0502 minCacofonia PoéticaCacofonia PoéticaCacofonia PoéticaCacofonia Poética Cacos entre ecos … Palavras carcomidas Ácidas Dores transformadas em versos Sonho transformados em rimas Devir entre letras gigantes, Configuram cidades… países …. talvez continentes De tempos pretéritos e Futuros De presentes mais que presentes De pretéritos mais que presente de letras em Formas de sons, dançantes histórias reais Ainda que inventadas Letras transformadas em cacos Prestes a furar sua pele E te fazer sangrar, humano!! Talvez você braveje Contra o caco O pobre caco que Nem se quer tem culpa Por ser caco gruda em seus pensamentos Penetra seus sonhos Fura sua carne fraca E dói P...2022-01-2802 min