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Fabio Francisco De Souza

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Baikal PodcastBaikal Podcast#22: Baikal com Romano José EnzweilerO vigésimo segundo episódio do Baikal conta com a participação do professor Romano José Enzweiler que traz importantes críticas acerca da lei de alienação parental, demonstrando o quanto essa norma é mais um meio de violência contra a mulher e apontando alguns perigos na sua utilização para a relação entre mães e filhos. Como indicação de material complementar temos: SOUZA, Fábio Rocha de. Alienação parental e violência de gênero: uma análise sociojurídica da Lei 12.318/10. http://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/98032021-08-1730 minProsas e Poesias ProletariasProsas e Poesias ProletariasSe, ou quando, a tristeza chegar...Se, ou quando, a tristeza chegar... Se, ou quando, a tristeza chegar... Quando tudo parecer perdido, não se perca na aparência, recorra a história, camarada... Lembre-se, nós nunca fomos numericamente maioria, a massa de trabalhadores (salvo nos processos de luta revolucionária) sempre foi o que hoje é, um senso comum conservador, buscando saída individual da miséria humana coletiva... também lembre-se que mesmo no inicio das revoluções, nós não éramos maioria numérica, até que, no curso da própria revolução, as massas trabalhadora...2021-04-1608 minProsas e Poesias ProletariasProsas e Poesias ProletariasTática e estratégia - Mario BenedettiMi táctica es mirarte aprender como sos quererte como sos mi táctica es hablarte y escucharte construir con palabras un puente indestructible mi táctica es quedarme en tu recuerdo no sé cómo ni sé con qué pretexto pero quedarme en vos mi táctica es ser franco y saber que sos franca y que no nos vendamos simulacros para que entre los dos no haya telón ni abismos mi estr...2021-04-1603 minProsas e Poesias ProletariasProsas e Poesias ProletariasOs fantasmas de Paris - Mauro Iasi“Os mártires [da Comuna] estão guardados como relíquias no grande coração da classe operária”– Karl Marx [A guerra civil na França] – Quem é o chefe aqui? – Não tem chefe, somos uma Comuna. – Não sei o que é isso, mas preciso falar com alguém para que me explique essa algazarra. Eles se amontoavam ao lado da parede do Père-Lachaise e não paravam de chegar. Eram muito diferentes dos mortos comuns que chegavam todos os dias. Falavam muito, riam e se abraçavam. Faziam discursos acalorados...2021-04-0911 minProsas e Poesias ProletariasProsas e Poesias ProletariasAos que desanimam - Golondrina FerreiraGostaria de te acordar com beijos e boas notícias – o sol saiu, os pássaros comemoram, as crianças brincam no pátio, vem visita de longe, ninguém mais vende seu trabalho, ninguém manda sem trabalhar. Mas o inimigo ainda é soberano, está por todos os lados e dentro de nós. Nos submete e inverte todas as coisas: nosso suor vira seu produto, uma pequena parte vira o nosso preço...2021-03-2803 minBobagens ImperdíveisBobagens ImperdíveisValek conversa com Fábio KabralApoie este podcast: apoia.se/alinevalek Trilha sonora: Past Alarm spoti.fi/3hck7Z3 [Links da conversa] • Blog do Kabral: bit.ly/3s4yoeP • Twitter do Kabral: twitter.com/Ka_Bral • Livro “Caçador Cibernético da Rua 13” amzn.to/3cQ3II4 • Livro “A cientista guerreira do facão furioso” amzn.to/3bZmKMI • Conto “A memória do mundo” bit.ly/3bZ1vL0 • Livro “Herói com rosto africano”, de Clyde W. Ford amzn.to/3eVo2KP [Kabral indica] • Jogo...2021-03-2036 minProsas e Poesias ProletariasProsas e Poesias ProletariasA fronteira da arte - Eduardo GaleanoFoi a batalha mais longa de todas as lutadas em Tuscatlán ou em qualquer outra região de El Salvador. Começou à meia-noite, quando as primeiras granadas caíram da montanha, e durou a noite toda e foi até a tarde do dia seguinte. Os militares diziam que Cinquera era inexpugnável.  Os guerrilheiros tinham atacado quatro vezes, e quatro vezes tinham fracassado. Na quinta vez, quando foi erguida a bandeira branca no mastro do quartel-general, os tiros para o alto começaram os festejos. Julio Ama, que lutava e fotografava a guerra, a...2021-02-0203 minProsas e Poesias ProletariasProsas e Poesias ProletariasA função da arte/1 O livro dos abraços Diego não conhecia o mar. O pai, Santiago Kovadloff, levou-o para que descobrisse o mar. Viajaram para o Sul. Ele, o mar, estava do outro lado das dunas altas, esperando. Quando o menino e o pai enfim alcançaram aquelas alturas de areia, depois de muito caminhar, o mar estava na frente de seus olhos. E foi tanta a imensidão do mar, e tanto seu fulgor, que o menino ficou mudo de beleza. E quando finalmente conseguiu falar, tremendo, gaguejando, pediu ao ...2021-02-0101 minProsas e Poesias ProletariasProsas e Poesias ProletariasA linguagem da arte - GaleanoChinolope vendia jornais e engraxava sapatos em Havana. Para deixar de ser pobre, foi-se embora para Nova Iorque. Lá, alguém deu de presente a ele uma máquina de fotografia. Chinolope nunca tinha segurado uma câmara nas mãos, mas disseram a ele que era fácil: — Você olha por aqui e aperta ali. E ele começou a andar pelas ruas. Tinha andado pouco quando escutou tiros e se meteu num barbeiro e levantou a câmara e olhou por aqui e apertou ali. 2021-02-0101 minProsas e Poesias ProletariasProsas e Poesias ProletariasCelebração da voz humana 1 - Eduardo GaleanoCelebração da voz humana - Eduardo Galeano Os índios shuar, chamados de jíbaros, cortam a cabeça do vencido. Cortam e reduzem, até que caiba, encolhida, na mão do vencedor, para que o vencido não ressuscite. Mas o vencido não está totalmente vencido até que fechem a sua boca. Por isso os índios costuram seus lábios com uma libra que não apodrece jamais. (Eduardo Galeano - O livro dos abraços)2021-02-0101 minProsas e Poesias ProletariasProsas e Poesias ProletariasA casa das palavras - Eduardo GaleanoNa casa das palavras, sonhou Helena , que chegavam os poetas.  As palavras, guardadas em velhos frascos de cristal, esperavam pelos poetas e se ofereciam, loucas de vontade de ser escolhidas: elas rogavam aos poetas que as olhassem, as cheirassem, as tocassem, as provassem.  Os poetas abriam os frascos, provavam palavras com o dedo e então lambiam os lábios ou fechavam a cara. Os poetas andavam em busca de palavras que não conheciam, e também buscavam palavras que conheciam e tinham perdido. 2021-02-0102 minProsas e Poesias ProletariasProsas e Poesias ProletariasAs vinhas da ira - John Steibeck"E tenha-se medo de quando as greves cessam, enquanto os grandes proprietários estão vivos, pois cada greve vencida é uma prova de que um passo está sendo dado. E isto se pode saber — tenha-se medo da hora em que o homem não mais queira sofrer e morrer por um ideal, pois que esta é a qualidade básica da humanidade, é a que a distingue entre tudo no universo. OS ESTADOS OCIDENTAIS inquietavam-se sob os efeitos da metamorfose incipiente. Texas e Oklahoma, Kansas e Arkansas, Novo México, Arizona. Califórnia. Uma família isolada mudava-se de suas terras. O pai pedira...2021-01-1608 minProsas e Poesias ProletariasProsas e Poesias ProletariasMy way - Do meu jeito - Frank SinatraDo Meu Jeito E agora, o fim está próximo E então eu encaro o último ato Meu amigo, vou falar claro e sincero Vou expor meu caso, do qual estou certo Eu vivi uma vida completa Eu viajei por toda e qualquer estrada E mais, muito mais que isso Eu fiz isso do meu jeito Arrependimentos, é, tenho alguns Mas na verdade, muito poucos a citar Eu fiz o que eu tive que fazer E vi por completo sem exceção Planejei cada curso t...2021-01-0602 minProsas e Poesias ProletariasProsas e Poesias ProletariasFly me to the Moon - Leve-me até a lua - Frank Sinatra Leve-me até a lua E deixe-me brincar entre as estrelas Deixe-me ver como é a primavera Em Júpiter e Marte Em outras palavras, segure minha mão Em outras palavras, querida, beije-me Encha meu coração com música E deixe-me cantar para sempre Você é tudo o que eu desejo Tudo o que eu cultuo e adoro Em outras palavras, por favor, seja verdadeira Em outras palavras, Eu te amo Enc...2021-01-0201 minProsas e Poesias ProletariasProsas e Poesias ProletariasThat´s Life- É a vida - Frank SinatraEssa é a vida, é o que todos dizem Você está bem em abril Baleado em maio Mas eu sei que mudarei esse tom Quando eu voltar ao topo, voltar ao topo em junho Essa é a vida, e é tão engraçada quanto possa parecer Algumas pessoas têm prazer Em sotear os sonhos dos outros Mas eu não deixo, deixoisso me abalar Porque esse velho e belo mundo continua a girar Eu já fui um boneco, indigente...2021-01-0104 minProsas e Poesias ProletariasProsas e Poesias ProletariasA história é um profeta - Eduardo Galeano (As veias abertas...)Tudo nos é proibido, exceto cruzar os braços? A pobreza não está escrita nas estrelas, o subdesenvolvimento não é fruto de um obscuro desígnio de Deus. Correm anos de revolução, tempos de redenção. As classes dominantes põem as barbas de molho e, ao mesmo tempo, anunciam o inferno para todos. Em certo sentido, a direita tem razão quando se identifica com a tranquilidade e com a ordem. A ordem é a diuturna humilhação das maiorias, mas sempre é uma ordem – a tranquilidade de que a injustiça siga sendo injusta e a fome sig...2020-11-2802 minProsas e Poesias ProletariasProsas e Poesias ProletariasSegunda - Golondrina FerreiraSEGUNDA As máquinas, mortas. Nós, vivos. Logo se inverte a coisa. A fábrica tem fome, passou um dia inteiro de barriga vazia. Então abre suas bocas de catraca e nos seus dentes vamos passando um a um. Dá o sinal: nos mastiga e joga o bagaço fora no fim da jornada.  (Golondrina Ferreira)2020-11-2800 minMundo Agro PodcastMundo Agro Podcast#55 MAP ESPECIAL DE 1 ANO MUNDO AGRO PODCASTESPECIAL DE UM ANO MUNDO AGRO PODCAST Nesse Episódio Especial comemoramos Um Ano do Mundo Agro Podcast no Ar. E para comemorar relembramos grandes momentos desses mais 50 Episódios já publicados. Os três Hosts se reuniram para bater um papo e relembrar essas grandes histórias Esse Podcast é feito exclusivamente para você, aproveite!!!!! Agradecimento Especial a Todos os Nossos Convidados: Luana Belusso - EP 02Paulo Arbex - EP 03 e EP 44Júlio Cesar Pereira - EP 03Paulo Herrmann - EP 04Bruno Arroio - EP 05Austeclínio Lopes de Farias Neto - EP 06Anderson...2020-11-231h 05Prosas e Poesias ProletariasProsas e Poesias ProletariasA ópera - Machado de Assis (capítulos VIII, IX e X de Dom Casmurro)CAPÍTULO VIII – É TEMPO Mas é tempo de tornar àquela tarde de novembro, uma tarde clara e fresca, sossegada como a nossa casa e o trecho da rua em que morávamos. Verdadeiramente foi o princípio da minha vida; tudo o que sucedera antes foi como o pintar e vestir das pessoas que tinham de entrar em cena, o acender das luzes, o preparo das rabecas, a sinfonia… Agora é que eu ia começar a minha ópera. “A vida é uma ópera”, dizia-me um velho tenor italiano que aqui viveu e morreu… E explicou-me um dia a definição, em tal maneira que m...2020-11-2011 minProsas e Poesias ProletariasProsas e Poesias ProletariasO que passou, passou? - LeminskiAntigamente, se morria 1907, digamos, aquilo sim é que era morrer. Morria gente todo dia, e morria com muito prazer, já que todo mundo sabia que o Juízo, afinal, viria, e todo mundo ia renascer. Morria-se praticamente de tudo. De doença, de parto, de tosse. E ainda se morria de amor, como se amar morte fosse. Pra morrer, bastava um susto, um lenço no vento, um suspiro e pronto, lá se ia nosso defunto para a terra dos pés juntos. Dia de anos...2020-11-1402 minProsas e Poesias ProletariasProsas e Poesias ProletariasCuidarei dessa paixao - Mauro Iasi Todos os náufragos me ensinaram a navegar e cada gota de oceano é dona de minha sede. A rude pedagogia dos enganos forjou em mim sabedoria daqueles que tecem com sua tristeza a vã sensação da alegria. Cuidarei desta paixão como quem respira a ventania e se molha no corpo da chuva levando a alma da noite através do dia. Cuidarei desta paixão com requintes artesanais co...2020-11-1301 minProsas e Poesias ProletariasProsas e Poesias ProletariasM. de memória - Paulo Leminski Os livros sabem de cor milhares de poemas. Que memória! Lembrar, assim, vale a pena. Vale a pena o desperdício, Ulisses voltou de Tróia, assim como Dante disse, o céu não vale uma história. um dia, o diabo veio seduzir um doutor Fausto. Byron era verdadeiro. Fernando, pessoa, era falso. Mallarmé era tão pálido, mais parecia uma página. Rimbaud se mandou pra África, Hemingway de miragens. Os livros sabem de tudo. Já sabe...2020-11-1200 minProsas e Poesias ProletariasProsas e Poesias ProletariasOBJETO SUJEITO - Paulo Leminski Você nunca vai saber quanto custa uma saudade o peso agudo no peito de carregar uma cidade pelo lado de dentro como fazer de um verso um objeto sujeito como passar do presente para o pretérito perfeito nunca saber direito Você nunca vai saber o que vem depois de sábado quem sabe um século muito mais lindo e mais sábio quem sabe apenas mais um domingo Você nunca vai saber e isso é sabedoria nada...2020-11-1101 minProsas e Poesias ProletariasProsas e Poesias ProletariasV, de viagem - Leminski Viajar me deixa a alma rasa, perto de tudo, longe de casa. Em casa, estava a vida, aquela que, na viagem, viajava, bela e adormecida. A vida viajava mas não viajava eu, que toda viagem é feita só de partida. (Paulo Leminski)2020-11-1000 minProsas e Poesias ProletariasProsas e Poesias ProletariasAdeus, coisas que nunca tive - Paulo LeminskiAdeus, coisas que nunca tive, dívidas externas, vaidades terrenas, lupas de detetive, adeus. Adeus, plenitudes inesperadas, sustos, ímpetos e espetáculos, adeus. Adeus, que lá se vão meus ais. Um dia, quem sabe, sejam seus, como um dia foram dos meus pais. Adeus, mamãe, adeus, papai, adeus, adeus, meus filhos, quem sabe um dia todos os filhos serão meus. Adeus, mundo cruel, fábula de papel, sopro de vento, torre de babel,2020-11-0900 minProsas e Poesias ProletariasProsas e Poesias ProletariasMudanca - Mario Quintana...2020-11-0800 minProsas e Poesias ProletariasProsas e Poesias ProletariasCulposo - Rosa N. CohanDos cala bocas bem dados, Dos tapas arroxeados, Dos olhares maliciados, Dos amores abusados. De todos as mulheres culpadas, Por serem o que são, De todas as lágrimas derramadas, Buscando incessante perdão, De todos os socos recebidos, Porque não aceitam um não, De todas palavras caladas, Porque elas nunca tem razão. Dos trabalhos mal remurados, Somado aos que nem sequer são pagos, De todo dinheir...2020-11-0701 minRádio Escolar VibrasomRádio Escolar VibrasomPodcast - AmabilidadePodcast idealizado por:Arthur Henrique de Souza TrindadeBrenda ROBERTA marinho silvaFrancisco Cipriano Soares NetoJulia Citron CampregherKaroline Vitória da Silva AraújoNathalia Cristina DomingosEste trabalho faz parte do montante de projetos criados para a Eletiva Nós, da Escola Estadual Antonio Berreta, sob a orientação dos Professores Fábio Melo e Pâmela Câmara.2020-10-1705 minProsas e Poesias ProletariasProsas e Poesias ProletariasDomingo - Pero TierraUm dia silencioso. Um desses dias frios, de mortal tristeza, o gesto de ódio fechado nos armários. Um dia sem tortura normal dos dias comuns. No ar apenas a tensão palpável dos seres sem defesa. Um dia rigorosamente inútil. Mas vem agora essa cantiga. Uma vozinha miúda, vinda não sei de onde, e é como se todos a esperássemos. Sabe tornar maior ainda o silêncio: aqui um ato de amor é sempre um desafio. Como reco...2020-10-1501 minProsas e Poesias ProletariasProsas e Poesias ProletariasAs pedras - Ana Perez CañamaresDurantes as férias recolhemos pedras que o mar nos presenteia São as pedras com as quais logo, no inverno, reconstruímos as ruínas de nossas guerras. Não só lhes pedimos que resistam. Também que nos recordem que o mar existe. (Ana Perez Cañamares)2020-10-1301 minProsas e Poesias ProletariasProsas e Poesias ProletariasBilhete de identidade - Mahmoud DarwishToma nota! Sou árabe O número do meu bilhete de identidade: cinquenta mil Número de filhos: oito E o nono… chegará depois do verão! Será que ficas irritado? Toma nota! Sou árabe Trabalho numa pedreira com os meus companheiros de fadiga E tenho oito filhos O seu pedaço de pão As suas roupas, os seus cadernos Arranco-os dos rochedos… E não venho mendigar à tua porta Nem me encolho no átrio do teu palácio. Será que ficas irritado? T...2020-10-1203 minProsas e Poesias ProletariasProsas e Poesias ProletariasOs partidários - Leonard CohanQuando eles vieram pela orla Eu fui avisado para render-me, isto é o que eu não poderia fazer. Peguei minha arma e desapareci. Eu mudei meu nome tantas vezes, Eu perdi minha esposa e filhos mas eu tenho muitos amigos e alguns deles estão comigo. Uma senhora nos deu abrigo, nos manteve escondidos no sótão então os soldados vieram, ela morreu em silêncio. Haviam três de nós esta manhã, sou o único esta tarde mas eu preciso ir...2020-10-1102 minProsas e Poesias ProletariasProsas e Poesias ProletariasETCÈTERA - Ángela Figuera AymerichO pai trabalhava na mina. A mãe trabalhava nas casas. O menino andava pela rua aprendendo boa conduta. Ao fim da noite os três juntos ao redor do jarro e da sopa. O pai em seu legítimo direito, tomava para si a melhor parte. A mãe dava ao menino do seu. O menino sorvia e terminava pedindo chocolate ou tangerinas. O pai lhe golpeava quatro gritos (sempre bebia ao fim além da conta) e logo falava mal do governo e log...2020-10-1001 minProsas e Poesias ProletariasProsas e Poesias ProletariasO partidários - Leonard CohenQuando eles vieram pela orla Eu fui avisado para render-me, isto é o que eu não poderia fazer. Peguei minha arma e desapareci. Eu mudei meu nome tantas vezes, Eu perdi minha esposa e filhos mas eu tenho muitos amigos e alguns deles estão comigo. Uma senhora nos deu abrigo, nos manteve escondidos no sótão então os soldados vieram, ela morreu em silêncio. Haviam três de nós esta manhã, sou o único esta tarde mas eu preciso ir...2020-10-0902 minProsas e Poesias ProletariasProsas e Poesias ProletariasA rosa do povo - Carlos Drummond de AndradePreso à minha classe e a algumas roupas, vou de branco pela rua cinzenta. Melancolias, mercadorias espreitam-me. Devo seguir até o enjôo? Posso, sem armas, revoltar-me? Olhos sujos no relógio da torre: Não, o tempo não chegou de completa justiça. O tempo é ainda de fezes, maus poemas, alucinações e espera. O tempo pobre, o poeta pobre fundem-se no mesmo impasse. Em vão me tento explicar, os muros são surdos. Sob a pele das p...2020-10-0903 minProsas e Poesias ProletariasProsas e Poesias ProletariasPOEMA PARA A EDUCAÇÃO MORAL E CÍVICA (recomendado para maiores de 18 séculos)POEMA PARA A EDUCAÇÃO MORAL E CÍVICA (recomendado para maiores de 18 séculos) este poema sem que você per ceba coloca – gentilmente – em tua bo ca buc eta pin to cu te ta. sorry, eis já a treta… não há mais nada a ser feito, querido, aguenta as imagens já vão – guela abaixo – descendo aproveita e sente isso tudo aí dentro…. não tente cuspi-las não, nem é possível ...2020-10-0902 minProsas e Poesias ProletariasProsas e Poesias ProletariasAspiração - HO CHI MINH Hoje eu quero um poema transparente, Semelhante a lagrima Que iludiu meus olhos desatentos. Um poema capaz de coragem, Desses que podem ser ouvidos Na chuva, na greve, ao fim Da batalha perdida Um poema capaz de resistir Como o granito ao vento, Como o homem resiste Se o aço lhe alcança o ombro Um poema capaz de liberdade. Capaz de falar nesta hora no...2020-09-2600 minProsas e Poesias ProletariasProsas e Poesias ProletariasQuero ser Tambor - José CraverinhaTambor está velho de gritar Oh velho Deus dos homens deixa-me ser tambor corpo e alma só tambor só tambor gritando na noite quente dos trópicos. Nem flor nascida no mato do desespero Nem rio correndo para o mar do desespero Nem zagaia temperada no lume vivo do desespero Nem mesmo poesia forjada na dor rubra do desespero. Nem nada! Só tambor velho de gritar na lua cheia da minha terra Só tambor de pele curtida ao sol...2020-09-2502 minProsas e Poesias ProletariasProsas e Poesias ProletariasAmar - Florebela SpancaEu quero amar, amar perdidamente! Amar só por amar: aqui... além... Mais este e aquele, o outro e a toda gente... Amar! Amar! E não amar ninguém! Recordar? Esquecer? Indiferente!... Prender ou desprender? É mal? É bem? Quem disse que se pode amar alguém Durante a vida inteira é porque mente! Há uma primavera em cada vida: É preciso cantá-la assim florida, Pois se Deus nos deu voz, foi pra cantar. E se um dia hei de ser pó...2020-09-2501 minProsas e Poesias ProletariasProsas e Poesias ProletariasHuelga - Gioconda BelliQuiero una huelga donde vayamos todos. Una huelga de brazos, piernas, de cabellos, una huelga naciendo en cada cuerpo. Quiero una huelga de obreros de palomas de choferes de flores de técnicos de niños de médicos de mujeres. Quiero una huelga grande, que hasta el amor alcance.  Una huelga donde todo se detenga, el reloj las fábricas el plantel los colegios el bus los h...2020-09-2402 minProsas e Poesias ProletariasProsas e Poesias ProletariasMineiros... poema inconcluso, canção sem música - VICTOR JARASomos cinco mil aquí en esta parte de la ciudad. Somos cinco mil. ¿Cuántos seremos en total en las ciudades y en todo el país? Somos aquí 10 mil manos que siembran y hacen andar las fábricas. Cuánta humanidad con hambre, frío, angustia, pánico, dolor, presión moral, temor y locura. Seis de los nuestros se perdieron en el espacio de las estrellas, un muerto, un golpeado como jamás creí 2020-09-2306 minProsas e Poesias ProletariasProsas e Poesias ProletariasAssim é Minha Vida - Pablo NerudaAssim é Minha Vida  Meus deveres  caminham com meu canto.  Sou e não sou:  é esse meu destino.  Não sou, se não acompanho as dores  dos que sofrem: são dores minhas.  Porque não posso ser  sem ser de todos,  de todos os calados e oprimidos.  Venho do povo e canto para o povo.  Minha poesia  é cântico e castigo.  Me dizem:  "Pertences à sombra".  Talvez, talvez, porém na luz caminho.  ...2020-09-2200 minProsas e Poesias ProletariasProsas e Poesias ProletariasJá Faz Tempo que Escolhi - Thiago de MelloA luz que me abriu os olhos para a dor dos deserdados e os feridos de injustiça, não me permite fechá-los nunca mais, enquanto viva. Mesmo que de asco ou fadiga me disponha a não ver mais, ainda que o medo costure os meus olhos, já não posso deixar de ver: a verdade me tocou, com sua lâmina de amor, o centro do ser. Não se trata de escolher...2020-09-2104 minProsas e Poesias ProletariasProsas e Poesias ProletariasPoema de amor - Roberto Fernandes RetamarTodo poema de amor é revolucionário. Um homem que não ama uma mulher Não pode ser revolucionário. Existe uma carta de um poeta italiano,  Muito antigo,  Não me recordo o nome, que diz: “agradeço o amor que você me revelou, Porque me faltava algo essencial para ser um revolucionário completo, Que era amar um ser humano da forma como te amo.” A revolução é uma forma intensa de amor, Tem os traços do amor: satisfação...2020-09-2003 minProsas e Poesias ProletariasProsas e Poesias ProletariasE Resistentes como a água…- Thiago de MelloSer capaz, como um rio que leva sozinho a canoa que se cansa, de servir de caminho para a esperança. E de lavar do límpido a mágoa da mancha, como o rio que leva, e lava. Crescer para entregar na distância calada um poder de canção, como o rio decifra o segredo do chão. Se tempo é de descer, reter o dom da força sem deixar de seguir. E até m...2020-09-2002 minProsas e Poesias ProletariasProsas e Poesias ProletariasQuem luta pelo comunismo - Bertolt BrechtQuem luta pelo comunismo, deve saber lutar e não lutar; dizer a verdade e não dizer a verdade; Prestar serviços e negar-se a prestar serviços; Cumprir promessas e não cumprir promessas; Enfrentar o perigo e evitar o perigo; Identificar-se e não ser identificado. Quem luta pelo comunismo, deve saber falar do comunismo e não falar do comunismo. Quem luta pelo comunismo Só possui uma única virtude: Lutar pelo Comunismo (Bertolt B...2020-09-2001 minProsas e Poesias ProletariasProsas e Poesias ProletariasAS MULHERES DA MINHA GERAÇÃO - Luís SepúlvedaAs mulheres de minha geração abriram suas pétalas rebeldes.  Não de rosas, camélias, orquídeas ou outras flores. De frivolidades tristes, de casinhas burguesas, de costumes anexos.  Mas de pólens peregrinos entre ventos Porque as mulheres de minha geração floresceram nas ruas.  Nas fábricas se fizeram fiandeiras de sonhos No sindicato organizavam o amor segundo seus sábios critérios.  Ou seja, disseram as mulheres de minha geração Cada uma segundo a sua necessidade e capacidade de resp...2020-09-2007 minProsas e Poesias ProletariasProsas e Poesias ProletariasVersos sobre o passaporte vermelho...Como um lobo estraçalharia à burocracia.                                           Às credenciais                         não lhes tenho respeito. Que vão              para o diabo                                    todos os papéis! Mas este... Ao longo dos camarotes e beliches movimenta-se um funcionário polido e obsequioso. Cada qual entrega seu passaporte e eu entrego minha caderneta escarlate. Para certos passaportes, um sorrisinho de mofa. Para outros, um desprezo sem par. Com respeito, por exemplo, tomam os passaportes com o leão britânico estampado nos dois lados. Comendo o passageiro com os olhos, fazendo mesuras e salamaleques, pegam como se fosse um...2020-09-1302 minProsas e Poesias ProletariasProsas e Poesias ProletariasDeus lhe pague - Chico BuarquePor esse pão pra comer, por esse chão pra dormir A certidão pra nascer, e a concessão pra sorrir Por me deixar respirar, por me deixar existir Deus lhe pague Pelo prazer de chorar e pelo "estamos aí" Pela piada no bar e o futebol pra aplaudir Um crime pra comentar e um samba pra distrair Deus lhe pague Por essa praia, essa saia, pelas mulheres daqui O amor malfeito depressa, fazer a barba e partir Pelo domingo que é lindo, novela, missa e gibi2020-09-0501 minProsas e Poesias ProletariasProsas e Poesias ProletariasJoana FrancesaTu ris, tu mens trop Tu pleures, tu meurs trop Tu as le tropique Dans le sang et sur la peau Geme de loucura e de torpor Já é madrugada Acorda, acorda, acorda, acorda, acorda Mata-me de rir Fala-me de amor Songes et mensonges Sei de longe e sei de cor Geme de prazer e de pavor Já é madrugada Acorda, acorda, acorda, acorda, acorda Vem molhar meu colo Vou te consolar Vem, mulato mole Dançar dans mes bras Vem, moleq...2020-09-0401 minProsas e Poesias ProletariasProsas e Poesias ProletariasGeni e o Zepelin - Chico BuarqueDe tudo que é nego torto Do mangue e do cais do porto Ela já foi namorada O seu corpo é dos errantes Dos cegos, dos retirantes É de quem não tem mais nada Dá-se assim desde menina Na garagem, na cantina Atrás do tanque, no mato É a rainha dos detentos Das loucas, dos lazarentos Dos moleques do internato E também vai amiúde Co'os velhinhos sem saúde E as viúvas sem porvir Ela é um poço de bondade E é por isso que a...2020-09-0204 minProsas e Poesias ProletariasProsas e Poesias ProletariasConstrução - Chico BuarqueAmou daquela vez como se fosse a última Beijou sua mulher como se fosse a última E cada filho seu como se fosse o único E atravessou a rua com seu passo tímido Subiu a construção como se fosse máquina Ergueu no patamar quatro paredes sólidas Tijolo com tijolo num desenho mágico Seus olhos embotados de cimento e lágrima Sentou pra descansar como se fosse sábado Comeu feijão com arroz como se fosse um príncipe Bebeu e soluçou como se fosse um ná...2020-09-0104 minProsas e Poesias ProletariasProsas e Poesias ProletariasTanto Mar - hico BuarquePRIMEIRA VERSÃO (1975)* Sei que estás em festa, pá Fico contente E enquanto estou ausente Guarda um cravo para mim Eu queria estar na festa, pá Com a tua gente E colher pessoalmente Uma flor do teu jardim Sei que há léguas a nos separar Tanto mar, tanto mar Sei também quanto é preciso, pá Navegar, navegar Lá faz primavera, pá Cá estou doente Manda urgentemente Algum cheirinho de alecrim SEGUNDA VERSÃO (1978)* Foi bonita a...2020-08-3004 minProsas e Poesias ProletariasProsas e Poesias ProletariasAcorda amor - Chico buarque/ O sapo escaldadoAcorda amor Eu tive um pesadelo agora Sonhei que tinha gente lá fora Batendo no portão, que aflição Era a dura, numa muito escura viatura Minha nossa santa criatura Chame, chame, chame lá Chame, chame o ladrão, chame o ladrão Acorda amor Não é mais pesadelo nada Tem gente já no vão de escada Fazendo confusão, que aflição São os homens e eu aqui parado de pijama Eu não gosto de passar vexame Chame, chame, ch...2020-08-3002 minProsas e Poesias ProletariasProsas e Poesias ProletariasEssa Moça Tá Diferente - Chico BuarqueEssa moça tá diferente Já não me conhece mais Está pra lá de pra frente Está me passando pra trás Essa moça tá decidida A se supermodernizar Ela só samba escondida Que é pra ninguém reparar Eu cultivo rosas e rimas Achando que é muito bom Ela me olha de cima E vai desinventar o som Faço-lhe um concerto de flauta E não lhe desperto emoção Ela quer ver o astronauta Descer na televisão Mas o tempo v...2020-08-3006 minProsas e Poesias ProletariasProsas e Poesias ProletariasPedrada - Chico CésarCães danados do fascismo Babam e arreganham os dentes Sai do ovo a serpente Fruto podre do cinismo Para oprimir as gentes Nos manter no escravismo Pra nos empurrar no abismo E nos triturar com os dentes Ê república de parentes pode crer Na nova Babilônia eu e você Somos só carne humana pra moer E o amor não é pra nós Mas nós temos a pedrada pra jogar A bola incendiária está no ar (vai voar) Fogo nos fas...2020-08-2900 minProsas e Poesias ProletariasProsas e Poesias ProletariasA velha arte das toupeiras - Mauro IasiUma vez e outra vez o mundo rodou mudo E nem percebemos os pássaros os homens duros sem esperanças os cegos nas praças as árvores secas as ruas solitárias e as pedras abandonadas Uma vez e outra vez a terra tremeu inerte aprofundando rachaduras abalando alicerces corroendo estruturas germinando cismas Uma vez e outra vez os mortos fazem as apostas que os vivos desconhecem. Sob a terra, milhões de passos Exércitos, ordas, maltas cor...2020-08-2201 minProsas e Poesias ProletariasProsas e Poesias ProletariasViração - Kleidir RamilNas águas claras do dia À sombra dos cereais Manhãs de trigo e de vinho Lembrando o passado e a paz O gosto e o frio da aurora O cheiro macio do pão E eu penso no frio que agora Habita meu coração Nos muros nos olhos do povo Habita a mesma tristeza Porque os braços de ferro Nos prendem como represa Mas o que eles não sabem Não sabem ainda não É que na minha terra Um palmo acima...2020-08-2102 minProsas e Poesias ProletariasProsas e Poesias ProletariasPrimavera nos dentes - João ApolinárioQuem tem consciência para ter coragem Quem tem a força de saber que existe E no centro da própria engrenagem Inventa contra a mola que resiste Quem não vacila mesmo derrotado Quem já perdido nunca desespera E envolto em tempestade, decepado Entre os dentes segura a primavera  (João Apolinário) 2020-08-2001 minProsas e Poesias ProletariasProsas e Poesias ProletariasQuando Vier a Primavera - Alberto CaeiroQuando vier a Primavera, Se eu já estiver morto, As flores florirão da mesma maneira E as árvores não serão menos verdes que na Primavera passada. A realidade não precisa de mim. Sinto uma alegria enorme Ao pensar que a minha morte não tem importância nenhuma Se soubesse que amanhã morria E a Primavera era depois de amanhã, Morreria contente, porque ela era depois de amanhã. Se esse é o seu tempo, quando havia ela de vir senão no seu tempo? Gosto que...2020-08-1902 minProsas e Poesias ProletariasProsas e Poesias ProletariasMorte e vida Severina - João Cabral de Melo Neto— O meu nome é Severino, não tenho outro de pia. Como há muitos Severinos, que é santo de romaria, deram então de me chamar Severino de Maria; como há muitos Severinos com mães chamadas Maria, fiquei sendo o da Maria do finado Zacarias. Mas isso ainda diz pouco: há muitos na freguesia, por causa de um coronel que se chamou Zacarias e que foi o mais antigo senhor desta sesm...2020-08-1805 minProsas e Poesias ProletariasProsas e Poesias ProletariasAdoração do Ouro - Paul LafargueO Ouro, mercadoria miraculosa, que trazes em ti as outras mercadorias. Ó Ouro mercadoria primogénita, em que se converte toda a mercadoria. Ó Deus que tudo sabes medir. Tu, a mais perfeita, a mais ideal materialização do Deus-Capital. Tu, o mais nobre, o mais grandioso elemento da natureza. Tu, que não conheces bolor, nem caruncho, nem ferrugem. Ó Ouro, mercadoria inalterável, flor resplandecente, raio brilhante, sol reluzente. Metal sempre virgem, que, arrancado às entranhas da terra, antiga mãe das coisas, de novo te escondes, longe das luzes...2020-08-1706 minProsas e Poesias ProletariasProsas e Poesias ProletariasCanteiros _ Cecília Meiresles - Águas de Março- Vinícius e Tom Jobim _ FagnerQuando penso em você Fecho os olhos de saudade Tenho tido muita coisa Menos a felicidade Correm os meus dedos longos Em versos tristes que invento Nem aquilo a que me entrego Já me dá contentamento Pode ser até manhã Cedo, claro, feito o dia Mas nada do que me dizem Me faz sentir alegria Eu só queria ter do mato Um gosto de framboesa Pra correr entre os canteiros E esconder minha tristeza E eu ainda sou bem moço p...2020-08-1502 minProsas e Poesias ProletariasProsas e Poesias ProletariasMude - Edson MarquesMude, mas comece devagar, porque a direção é mais importante que a velocidade. Sente-se em outra cadeira, no outro lado da mesa. Mais tarde, mude de mesa. Quando sair, procure andar pelo outro lado da rua. Depois, mude de caminho, ande por outras ruas, calmamente, observando com atenção os lugares por onde você passa. Tome outros ônibus. Mude por uns tempos o estilo das roupas. Dê os seus sapatos velhos. Procure...2020-08-1403 minProsas e Poesias ProletariasProsas e Poesias ProletariasBom conselho - Chico BuarqueOuça um bom conselho Que eu lhe dou de graça Inútil dormir que a dor não passa Espere sentado Ou você se cansa Está provado, quem espera nunca alcança Venha, meu amigo Deixe esse regaço Brinque com meu fogo Venha se queimar Faça como eu digo Faça como eu faço Aja duas vezes antes de pensar Corro atrás do tempo Vim de não sei onde Devagar é que não se vai longe Eu se...2020-08-1301 minProsas e Poesias ProletariasProsas e Poesias ProletariasO núcleo Repleto de hostilidades o mundo ataca o núcleo do Eu defende Existem muitos no núcleo personagens, personas o Eu não se rende Os falantes e os calados Os sedutores e os armados Gladiadores e poetas Palhaços e profetas Tem até quem bata o pé,  quem faça birra Quem dribla a briga que se...2020-08-0601 minProsas e Poesias ProletariasProsas e Poesias ProletariasRondóFalar é fácil. Mas palavras não matam a fome. Então faça pão. Fazer pão é difícil. Então torne-se padeiro. Mas dentro de um pão ninguém mora. Então construa casas. Construir casas é difícil. Então torne-se pedreiro. Mas numa montanha não se ergue casa. Então mova a montanha. Mover montanhas é difícil. Então torne-se profeta. Mas pensamentos não dá para ouvir. Então fale. Falar é difícil. Então torne-se no que...2020-08-0502 minProsas e Poesias ProletariasProsas e Poesias ProletariasA estrada - Ariano SuassunaNo relógio do Céu, o Sol ponteiro Sangra a Cabra no estranho céu chumboso. A Pedra lasca o Mundo impiedoso, A chama da Espingarda fere o Aceiro. No carrascal do sol, azul braseiro, Refulge o Girassol rubro e fogoso. Como morrer na sombra do meu Pouso? Como enfrentar as flechas desse Arqueiro? Lá fora, o incêndio: o roxo lampadário das Macambiras rubras e auri-pardos Anjos-diabos e Tronos-vai queimando. Sopra o vento – o Sertão incendiário! Andam monstros sombrios pela Estra...2020-07-2901 minProsas e Poesias ProletariasProsas e Poesias ProletariasA infância Sem lei nem Rei, me vi arremessado bem menino a um Planalto pedregoso. Cambaleando, cego, ao Sol do Acaso, vi o mundo rugir. Tigre maldoso. O cantar do Sertão, Rifle apontado, vinha malhar seu Corpo furioso. Era o Canto demente, sufocado, rugido nos Caminhos sem repouso. E veio o Sonho: e foi despedaçado! E veio o Sangue: o marco iluminado, a luta extraviada e a minha grei! Tudo apontava o Sol! Fiquei embaixo, na Cadeia que estive e em qu...2020-07-2801 minProsas e Poesias ProletariasProsas e Poesias ProletariasCanto quintoRoubem o que lhes roubaram, tomem finalmente o que lhes pertence, ele gritou, tremendo de frio em seu casaco pequeno demais, os cabelos ondeando ao vento, sob os gavietes, estou com vocês, ele gritou, o que estão esperando? Chegou a hora, botem abaixo os tabiques, atirem os canalhas ao mar junto com suas malas, cães e lacaios, as mulheres inclusive e até as crianças, com violência, com facas, com mãos nuas! E mostrou-lhes a faca, mostrou-lhes a mão nua. Mas a...2020-07-2803 minProsas e Poesias ProletariasProsas e Poesias ProletariasBem me quer? Mal me quer? 1 Me quer ? Não me quer ? As mãos torcidas os dedos despedaçados um a um extraio assim tira a sorte enquanto no ar de maio caem as pétalas das margaridas Que a tesoura e a navalha revelem as cãs e que a prata dos anos tinja seu perdão penso e espero que eu jamais alcance a impudente idade do bom senso 2 Passa da uma você deve estar na cama Você talvez sinta o mesmo no...2020-07-2802 minProsas e Poesias ProletariasProsas e Poesias ProletariasEscolho meus amigos pela pupila - Oscar WildeEu escolho meus amigos não pela pele, ou por outro arquétipo qualquer, mas pela pupila. Têm que ter brilho questionador, e tonalidade inquietante. A mim não interessam os bons de espírito, nem os maus de hábitos. Eu fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. Deles eu não quero resposta, eu quero o meu avesso. Que me tragam dúvidas e angústias, e aguentem o que há de pior em mim. Para isso só sendo louco. Eu quero-os sa...2020-07-2702 minProsas e Poesias ProletariasProsas e Poesias ProletariasAos que viram depois de nós - Bertolt BrechtEu vivo em tempos sombrios. Uma linguagem sem malícia é sinal de estupidez, Uma testa sem rugas é sinal de indiferença. Aquele que ainda ri é porque ainda não recebeu a terrível notícia. Que tempos são esses, Quando falar sobre flores é quase um crime. Pois significa silenciar sobre tanta injustiça? Aquele que cruza tranquilamente a rua Já está então inacessível aos amigos Que se encontram necessitados? É verdade: eu ainda ganho o bastante para viver. Mas acreditem: é por acaso. Nada do que eu faço D...2020-07-2604 minProsas e Poesias ProletariasProsas e Poesias ProletariasCálice - Chico Buarque & Milton Nascimento - (Vozes J. Souza, Fábio e Thamy Ferreira)Pai, afasta de mim esse cálice Pai, afasta de mim esse cálice Pai, afasta de mim esse cálice De vinho tinto de sangue Como beber dessa bebida amarga Tragar a dor, engolir a labuta Mesmo calada a boca, resta o peito Silêncio na cidade não se escuta De que me vale ser filho da santa Melhor seria ser filho da outra Outra realidade menos morta Tanta mentira, tanta força bruta Como é difícil acordar calado Se na calada da noite...2020-07-2502 minProsas e Poesias ProletariasProsas e Poesias ProletariasMercadoria - ScapitalSe naquilo em que resulta se oculta onde?! Se troca o fato pelo feitiço velando o ato de fazer… O que é feito, é fato que não revela, é foto que congela o ato de quem fez. Mas também é fotograma de filme que se res-vala, revelando além de relevos a leve lei do valor. Quantidades trabalhadas de quem faz dando cavalos e dentes num olho por olho de não equivalentes. Porções briguentas da mesma...2020-07-2101 minProsas e Poesias ProletariasProsas e Poesias ProletariasProcura do velho e do novo - Bertolt Brecht"Procura do Velho e do Novo" Quando lerem seus papéis Pesquisando, dispostos ao assombro Procurem o Velho e o Novo, pois nosso tempo E o tempo de nossos filhos É o tempo das lutas do Novo contra o Velho. A astúcia da velha trabalhadora Que toma ao professor seu saber Como um fardo pesado demais, é nova E deve ser mostrada como Novo. E velho É o medo dos trabalhadores, durante a guerra De aceitar os pa...2020-07-2102 minProsas e Poesias ProletariasProsas e Poesias ProletariasA VIDA IRRITA A ARTE - Jeff Vasquez “Não sou artista, não faço arte, faço denúncia social.” (João Zinclair – operário da fotografia. ) “Isso não é arte!” dirão – entre esbaforidos e consternados – ao verem que teu poema (ou tua pintura, ou tua música, tua dança, filme, foto ou cena) age. Ao verem que teu poema luta clama denuncia chora consola abraça gospe grita Ao verem que teu poema surta explode insulta vomita urra...2020-07-2002 minProsas e Poesias ProletariasProsas e Poesias ProletariasA cruz de Giz - Bertolt BrechtEu sou uma criada. Eu tive um romance com um homem que era da SA. Um dia, antes de ir ele me mostrou, sorrindo, como fazem para pegar os insatisfeitos. Com um giz tirado do bolso do casaco ele fez uma pequena cruz na palma da mão. Ele contou que assim, e vestido à paisana anda pelas repartições do trabalho onde os empregados fazem fila e xingam e xinga junto com eles, e fazendo isso em sinal de aprovação e solidariedade dá um tapinha nas costas...2020-07-1901 minProsas e Poesias ProletariasProsas e Poesias ProletariasA civilização e os novos Bárbaros - Mauro IsaiA civilização e os novos Bárbaros - Mauro Isai2020-07-1801 minProsas e Poesias ProletariasProsas e Poesias ProletariasQUANDO O CRIME ACONTECE COMO A CHUVA QUE CAI - Bertold BrechtQUANDO O CRIME ACONTECE COMO A CHUVA QUE CAI  Como alguém que chega ao balcão com uma carta importante após o horário de atendimento: o balcão está fechado. Como alguém que quer prevenir a cidade contra uma inundação, mas fala uma outra língua: ele não é compreendido. Como um mendigo que bate pela quinta vez numa porta onde já recebeu algo quatro vezes: pela quinta vez tem fome. Como alguém cujo sangue flui de uma ferida e que espera pelo médico: seu sangue conti...2020-07-1701 minProsas e Poesias ProletariasProsas e Poesias ProletariasNada é impossível de mudar - Bertolt BrechtNada é impossível de mudar Desconfiai do mais trivial, na aparência singelo. E examinai, sobretudo, o que parece habitual. Suplicamos expressamente: não aceiteis o que é de hábito como coisa natural, pois em tempo de desordem sangrenta, de confusão organizada, de arbitrariedade consciente, de humanidade desumanizada, nada deve parecer natural nada deve parecer impossível de mudar. (Bertolt Brecht)2020-07-1600 minProsas e Poesias ProletariasProsas e Poesias ProletariasLista de Preferências - Bertold BrechtAlegrias, as desmedidas. Dores, as não curtidas. Casos, os inconcebíveis. Conselhos, os inexequíveis. Meninas, as veras. Mulheres, insinceras. Orgasmos, os múltiplos. Ódios, os mútuos. Domicílios, os passageiros. Adeuses, os bem ligeiros. Artes, as não rentáveis. Professores, os enterráveis. Prazeres, os transparentes. Projetos, os contingentes. Inimigos, os delicados. Amigos, os estouvados. Cores, o rubro. Meses, outubro. Elementos, os fogos. Divindades, o logos. Vidas, as espontâ...2020-07-1401 minProsas e Poesias ProletariasProsas e Poesias ProletariasGravata colorida - Solano TrindadeQuando eu tiver bastante pão para meus filhos para minha amada pros meus amigos e pros meus vizinhos quando eu tiver livros para ler então eu comprarei uma gravata colorida larga bonita e darei um laço perfeito e ficarei mostrando a minha gravata colorida a todos os que gostam de gente engravatada... (Solano Trindade - O poeta do povo)2020-07-0600 minProsas e Poesias ProletariasProsas e Poesias ProletariasGigantes e moinhos - Mauro Iasi e Luiz Carlos ScapiSão Gigantes! São Moinhos, São só moinhos! Rocinante Avança sob o tropel De cascos Trôpegos. São Caminhos! São Moinhos. Rocinante De quadros e de massas Vanguarda das cavalarias Força tarefa Príncipe moderno. Contra o que se atira, Delirante figura? Não vê que são moinhos? Cavalei...2020-07-0502 minProsas e Poesias ProletariasProsas e Poesias ProletariasImpunimente - Mauro IasiO dia amanheceu impunemente, mas o vento sabia. No mercado os índices suicidas se jogam das tabelas enquanto o presidente encosta a arma na boca, mas não decide... convoquem todas as tropas: está solto meu id. Não sei por onde escapou, por quais alçapões, paredes falsas, trilhas na mata, por qual vereda deserta, em qual quilombo, por qual labirinto, por qual janela, em qual jangada, pelos olhos de quem... pelo corpo de qual amada? Estava ali, triste e preso como sempre... ainda ontem lhe ne...2020-07-0402 minProsas e Poesias ProletariasProsas e Poesias ProletariasPorque cantamos - Mario BenedettiSi cada hora vino con su muerte, si el tiempo era una cueva de ladrones los aires ya no eran Buenos Aires, la vida nada más que un blanco móvil. Usted preguntará por qué cantamos. Si los nuestros quedaron sin abrazos, la patria casi muerta de tristeza y el corazón del hombre se hizo añicos antes de que explotara la vergüenza. Usted preguntará por qué cantamos. Cantamos porque el río esta sonando y cuando suena el río suena el rí...2020-07-0204 minProsas e Poesias ProletariasProsas e Poesias ProletariasANOS ATRÁS "Anos atrás, quando ao estudar os procedimentos da Bolsa de Trigo de Chicago Compreendi subitamente como eles administravam o trigo do mundo E ao mesmo tempo não compreendi e abaixei o livro Logo percebi: você  Deparou com coisa ruim.  Não havia irritação em mim, e não era a injustiça Que me apavorava, apenas o pensamento "Assim como eles fazem não pode ser" me tomou inteiramente.  Essa gente, eu percebi, vive do dano Que causa aos outros, não do benefício. Esta é uma situação, percebi, que somente pelo crime Pode ser mantida, porque é...2020-07-0103 minProsas e Poesias ProletariasProsas e Poesias ProletariasA Exceção e a Regra - Bertolt Brecht"A Exceção e a Regra"  Estranhem o que não for estranho. Tomem por inexplicável o habitual. Sintam-se perplexos ante o cotidiano. Tratem de achar um remédio para o abuso Mas não se esqueçam de que o abuso é sempre a regra. (Bertold Brecht)2020-06-3002 minProsas e Poesias ProletariasProsas e Poesias ProletariasO que corrompe - Bertolt BrechtNos primeiros meses do domínio nacional-socialista Um trabalhador de uma pequena localidade na fronteira tcheca Foi condenado à prisão por distribuir panfletos comunistas. Como um dos seus cinco filhos havia já morrido de fome Não agradava ao juiz enviá-lo para a cadeia por muito tempo. Perguntou-lhe então se ele não estava talvez Apenas corrompido pela propaganda comunista. Não sei o que o senhor quer dizer, disse ele, mas meu filho Foi corrompido pela fome. (Be...2020-06-3000 minProsas e Poesias ProletariasProsas e Poesias ProletariasNão nos moverãoSube a nacer conmigo, hermano Dame la mano desde la profunda zona de tu dolor diseminado no volverás del fondo de las rocas no volverás del tiempo subterráneo no volverá tu voz endurecida no volverán tus ojos taladrados yo vengo a hablar por vuestra boca muerta a través de la tierra juntad todos los silenciosos labios derramados y desde el fondo habladme toda esta larga noche como si yo estuviera con vosotros anclado contadme todo, cadena a cadena, eslabón a eslabón, y paso a...2020-06-2904 minProsas e Poesias ProletariasProsas e Poesias ProletariasCom cuidado examino - Bertolt BrechtCom cuidado examino Meu plano: ele é Grande, ele é Irrealizável. (Bertolt Brecht)2020-06-1902 minProsas e Poesias ProletariasProsas e Poesias ProletariasEl amor - dia dos namorados - Fábio FranciscoEl amor (Para Jess Sant'Anna, companheira de vida, arte e luta) El amor es la embriaguez total Es el asiento de tus labios Es el hambre de tu cuerpo Me quierer a tu lado El amor es cuando el mejor del mundo Acariciar tu cabello Y sentir tu olor, tu perfume, el que imitan las flores El amor es al mismo tiempo la tierra, la lluvia, la semilla, el árbol y el dulce fruto de la vida. Es la cura p...2020-06-1206 minProsas e Poesias ProletariasProsas e Poesias ProletariasAcredite Apenas - Bertolt BrechtSó acredite no que os seus olhos vêem e seus ouvidos escutam. Não acredite nem no que os seus olhos vêem e seus ouvidos escutam. E saiba que não acreditar ainda é acreditar. (Bertolt Brecht)2020-06-0200 minProsas e Poesias ProletariasProsas e Poesias ProletariasAos que hesitam - Bertolt Brecht Você diz: _Nossa causa vai mal_. A escuridão aumenta. As forças diminuem. Agora, depois que trabalhamos por tanto tempo Estamos em situação pior que no início. Mas o inimigo está aí, mais forte do que nunca. Sua força parece ter crescido. Ficou com aparência de invencível. Mas nós cometemos erros, não há como negar. Nosso número se reduz. Nossas palavras de ordem Estão em desordem. O inimigo Distorceu muitas de nossas palavras Até...2020-06-0101 minProsas e Poesias ProletariasProsas e Poesias ProletariasCarvão para Mike - Bertolt BrechtCarvão para Mike  1 Soube que em Ohio No início deste século Uma mulher vivia em Bidwell Mary McCoy, viúva de um ferroviário De nome Mike McCoy, na pobreza. 2 Toda noite, porém, os guarda-freios lançavam Dos trovejantes vagões da Wheeling Railroad Por sobre a cerca, um saco de carvão no canteiro de batatas Gritando apressados, com voz rouca: Para Mike! 3 E toda noite, quando o saco de carvão para Mike Batia na parede tras...2020-05-2702 minProsas e Poesias ProletariasProsas e Poesias ProletariasAos que vão nascer - Bertolt BrechtRealmente, eu vivo num tempo sombrio. A inocente palavra é um despropósito. Uma fronte sem ruga denota insensibilidade. Quem está rindo é só porque não recebeu ainda a notícia terrível. Que tempo é este em que uma conversa sobre árvores chega a ser falta, pois implica em silenciar sobre tantos crimes? Esse que vai cruzando a rua, calmamente, então já não está ao alcance dos amigos necessitados? É verdade: ainda ganho o meu sustento. Porém, acreditai-me: é puro acaso. Nada do que faço me dá direit...2020-05-2204 minProsas e Poesias ProletariasProsas e Poesias ProletariasCanção do Remendo e do Casaco - Bertolt Brecht Sempre que o nosso casaco se rasga vocês vêm correndo dizer: assim não pode ser; isso vai acabar, custe o que custar! Cheios de fé vão aos senhores enquanto nós, cheios de frio, aguardamos. E ao voltar, sempre triunfantes, nos mostram o que por nós conquistam: Um pequeno remendo. Ótimo, eis o remendo. Mas onde está o nosso casaco? Sempre que nós gritamos de fome vocês vêm correndo dizer: Isso não vai continuar, é preciso ajudá-los, custe o q...2020-05-1603 minProsas e Poesias ProletariasProsas e Poesias ProletariasO Dragão da Lagoa Negra - Bertol Brecht Profundas são as águas da lagoa negra E cor de chumbo. Dizem que um dragão sagrado Mora aqui. Olhos humanos Jamais o viram, mas próximo à lagoa Construiu-se um santuário, e as autoridades Organizaram um ritual. Um dragão Pode continuar dragão, mas os homens Podem fazer dele um deus. Os habitantes da aldeia Veem boas e más colheitas Nuvens de gafanhotos e comissões do governo Impostos e pestes como desígnios...2020-04-0803 minAgro Resenha PodcastAgro Resenha PodcastARP#125 - Jardins verticaisNeste episódio, o segundo do mês especial das mulheres, Paulo conversou com Patrícia Gomes sobre como surgiu a ideia de transformar a necessidade das pessoas da cidade em ficar perto de áreas verdes em um negócio.==================LINKS CITADOS DO EPISÓDIOVertigarden: http://www.vertigarden.com.brUniversidade Vertigarden: https://www.universidadevertigarden.com.brInstagram: https://www.instagram.com/vertigarden_brasil/Facebook: https://www.facebook.com/Vertigarden/LinkedIn: https://www.linkedin.com/company/vertigarden/SIGA A PATRÍCIAE-mail: patricia@vertigarden.com.brLinkedIn: https...2020-03-0936 minProsas e Poesias ProletariasProsas e Poesias ProletariasA queima de livros - Bertolt BrechtQuando o regime ordenou que fossem queimados publicamente Os livros que continham saber pernicioso, e em toda parte Fizeram bois arrastarem carros de livros Para as pilhas em fogo, um poeta perseguido Um dos melhores, estudando a lista de livros queimados Descobriu, horrorizado, que os seus Haviam sido esquecidos. A cólera o fez correr Célere até sua mesa, e escrever uma carta aos donos do poder. Queimem-me! Escreveu com pena veloz. Queimem-me! Não me façam uma coisa dessa...2020-02-2302 min